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Governo usa ato para pressionar por pacote de Moro e reforma da Previdência

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

26/05/2019 19h35Atualizada em 26/05/2019 19h44

Integrantes, militantes e simpatizantes ao governo utilizaram as manifestações feitas hoje em cidades do país para pressionar, nas redes sociais, pela aprovação da reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro.

Além de chancelar o presidente e de atacar a esquerda, os manifestantes demonstram ter escolhido novos alvos de críticas durante os atos: o STF (Supremo Tribunal Federal), o MBL (Movimento Brasil Livre) e o deputado Rodrigo Maia (DEM) - símbolo do "centrão".

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No último dia 21, Bolsonaro desistiu de participar dos atos de hoje e, durante uma reunião ministerial, pediu que os integrantes de sua equipe fizessem o mesmo. Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, "por tratar-se de uma manifestação livre e espontânea", o presidente não queria associá-la ao governo.

Em São Paulo, o senador Major Olimpio (PSL) foi e subiu em quase todos os carros de som presentes na avenida Paulista, defendendo o presidente e as medidas do governo federal.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em seu Twitter que os manifestantes demonstraram acreditar no país:

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que não houve pedidos de pautas autoritárias, mesmo com faixas expostas pedindo, por exemplo, o fechamento do STF:

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) também relembrou que o povo brasileiro teria o interesse direto na reforma da Previdência:

A verdade é uma só, a Reforma da Previdência protege os mais vulneráveis e não o contrário, como se busca fazer crer.

? Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 26 de maio de 2019

Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo publicou uma thread enaltecendo os brasileiros que foram às ruas hoje:

4/Hoje é inegável que o povo brasileiro mantém esse potencial tranformador. O povo não é contra o sistema político, apenas quer ocupar o lugar que lhe pertence no centro do sistema político: "todo o poder emana do povo", como diz a CF-1988.

? Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) 26 de maio de 2019

O juiz Marcelo Bretas, que atua na Lava Jato no Rio de Janeiro, também enalteceu as manifestações:

Manifestações populares pacíficas são legítimas, afinal "todo poder emana do povo". Resta saber se a voz das ruas será bem compreendida. https://t.co/2JDbHcyoGl

? Marcelo Bretas (@mcbretas) 26 de maio de 2019

Também via Twitter, a oposição criticou os atos deste domingo e afirmou que houve menos pessoas nas ruas do que em 15 de maio, quando houve manifestação pela educação. Outra manifestação em defesa da educação está marcada para a próxima quinta-feira (30).

Deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann afirmou que os manifestantes de hoje são contrários à democracia:

Os atos de hj ñ se comparam aos do dia 15 em adesão, mobilização e capilaridade. Muito vácuo nas ruas.A mídia apresentou como apoio às reformas. Foram contra a democracia, contra a educação, contra os direitos do povo e pela intervenção militar Bolsonaro ñ intimidará c/ sua tropa

? Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 26 de maio de 2019

Jean Wyllys, que abdicou de seu mandato na Câmara para viver na Espanha este ano, afirmou que os manifestantes de hoje apoiam atos criminosos:

Enfim, hoje é o dia de manifestações em favor de crimes e de criminosos. Esse "gente de bem" (lobos em pele de ovelhas) gosta desses crimes e transformou criminosos em "mitos". https://t.co/fpQmvxz258

? Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) 26 de maio de 2019

Guilherme Boulos, que disputou a Presidência pelo PSOL no ano passado, afirmou que os atos de hoje não tiveram tanta expressão:

Terminado o dia está claro que a tática do bolsonarismo fracassou. A maioria das manifestações foi inexpressiva, algumas um fiasco total. Só em SP e no RJ foram mais relevantes, ainda assim menores que o dia 15. O poder de mobilização de Bolsonaro diminuiu. #Dia30VaiSerMaior

? Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 26 de maio de 2019

E Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL-SP, criticou o fato de o ministro Sergio Moro ter sido tratado como herói:

Estes atos pró-Bolsonaro pelo Brasil mostram a fragilidade deste governo.TVGlobo oficialista quer transformar manifestações antidemocráticas em pró Ref d previdência.O mais ridículo é o boneco de Moro vestido de super-homem em Brasília.É o q dá demonizar e infantilizar a política

? Ivan Valente (@IvanValente) 26 de maio de 2019

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