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Bolsonaro diz querer tirar Coaf de jogo político após suspeita contra filho

Stella Borges

Do UOL, em São Paulo

09/08/2019 10h14

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje que estuda vincular o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao Banco Central para tirá-lo "do jogo político". O órgão, que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro, ganhou os holofotes após um relatório ter apontado movimentações financeiras atípicas de mais de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

Inicialmente, Bolsonaro subordinou o Coaf ao ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sergio Moro, mas a instituição voltou a ser vinculada ao ministério da Economia durante a votação da reforma administrativa do governo.

"O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, vincular ao BC [Banco Central]. Tudo o que tem política, mesmo bem-intencionado, sofre pressões de um lado ou de outro. Não há desgaste para mim nem para o Moro. Por ventura, caso vá para o Banco Central, vai fazer seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político", disse Bolsonaro.

Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro na comemoração dos 154º aniversário da Batalha Naval de Riachuelo Imagem: Adriano Machado/Reuters

A declaração foi dada nesta manhã ao lado de Moro no Palácio da Alvorada. O encontro não estava previsto na agenda oficial. Nos últimos dias, Moro tem sofrido desgaste com ações do Congresso, do STF (Supremo Tribunal Federal) e do próprio Planalto.

Ontem, em mais um aceno a Moro, Bolsonaro abriu espaço em sua live semanal para o ministro depois de ter pedido que ele tenha "paciência" com a tramitação do pacote anticrime,

Questionado sobre a permanência de Roberto Leonel na chefia do Coaf, Bolsonaro disse que a decisão caberia ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sendo pressionado a demitir Leonel.

O presidente estaria incomodado com o comportamento dele diante da decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, de suspender investigações criminais pelo país que usem dados de inteligência financeira sem supervisão da Justiça.

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O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.


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