Sob pressão por reforma, Bolsonaro congela indicação de Eduardo a embaixada
Luciana Amaral e Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
21/08/2019 04h00
Com o Palácio do Planalto sob pressão por reformas e sem votos suficientes para aprovação no Senado, a indicação do deputado federal e filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como embaixador do Brasil nos Estados Unidos está congelada.
A indicação de Eduardo Bolsonaro precisa ser encaminhada à Comissão de Relações Exteriores do Senado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na comissão, o deputado passará por uma sabatina presencial. Se aprovado, seu nome terá que passar ainda pelo plenário da Casa. Eduardo já recebeu aval do governo norte-americano.
Embora tenha declarado a vontade de indicar o filho há mais de um mês, Bolsonaro até agora não oficializou o ato por receio de que Eduardo não seja aprovado no Senado. Há um consenso no Planalto de que há muita divergência quanto à iniciativa até mesmo entre aliados, segundo o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira.
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A comissão tem 19 integrantes. Nove estão indecisos ou não revelaram ainda seus votos, segundo levantamento feito pelo UOL.
Um parecer elaborado pela consultoria legislativa do Senado considerou a indicação como nepotismo. Outro, também formulado por técnicos da Casa, não enxergou problemas no ato.
O governo também não quer se indispor com os parlamentares para não afetar a tramitação da reforma da Previdência, que chegou ao Senado para ser analisada, nem atropelar eventuais vetos ao projeto de lei de abuso de autoridade.
A avaliação do Planalto é que, se acumular em pauta temas polêmicos de uma só vez, as matérias de interesse do governo vão travar. "Há prioridades que temos que considerar", disse o ministro da Secretaria-Geral.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro segue com a peregrinação pelos gabinetes de senadores na tentativa de convencê-los de seu preparo. Nesta segunda (19), postou no Twitter foto após conversa sobre as relações Brasil e Estados Unidos com o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.