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Juiz manda suspeitos de hackear Moro e Deltan para prisão preventiva

25.jul.2019 - Suspeito preso na operação Spoofing é levado por policiais federais - Mateus Bonomi/Folhapress
25.jul.2019 - Suspeito preso na operação Spoofing é levado por policiais federais Imagem: Mateus Bonomi/Folhapress

Bernardo Barbosa*

Do UOL, em São Paulo

28/09/2019 17h00Atualizada em 28/09/2019 19h05

O juiz Ricardo Leite ordenou a prisão preventiva (sem prazo) de Luiz Molição e Thiago Eliezer Martins, informou a Justiça Federal de Brasília neste sábado. A íntegra da decisão está sob sigilo. Eles cumpriam prisão temporária desde o dia 19, quando ocorreu a segunda fase da operação Spoofing, que investiga a invasão de celulares de autoridades.

Molição e Martins são suspeitos de atuar junto com Walter Delgatti Júnior para hackear o aplicativo de mensagens Telegram de autoridades como o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná), Deltan Dallagnol.

O advogado de Martins, Thiago Batista, afirmou que vai recorrer da decisão. Segundo ele, os fundamentos da conversão da prisão temporária em preventiva têm como base "supostas contradições não evidenciadas" nos autos do processo e alegações sem provas "narradas isoladamente por outro investigado".

O UOL tentou contato por telefone na tarde de hoje com o advogado de Molição, sem sucesso.

Segundo reportagem de hoje do jornal Estado de S. Paulo, autoridades envolvidas na investigação apontam para a prática de crime contra a Lei de Segurança Nacional, na modalidade de espionagem. O crime prevê pena de 3 a 15 anos de prisão.

A Polícia Federal acredita ter encontrado uma conversa que aponta para o envolvimento de Molição com o vazamento de mensagens publicadas pelo site The Intercept. Para os investigadores, um áudio encontrado em seu celular mostra uma suposta conversa com o jornalista Glenn Greenwald --que não é tido como investigado.

A PF ainda vê contatos frequentes entre Molição e Walter Delgatti Neto, que admitiu ter feito parte dos vazamentos. Em depoimento, ele afirmou não ter recebido dinheiro para repassar as mensagens, e que a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) intermediou seu contato com o site.

Além de Delgatti, Molição e Martins, estão presos Gustavo Santos, Suellen Priscila e Danilo Marques.

A PF, no entanto, ainda investiga se os supostos hackers teriam sido patrocinados pelas invasões e, se foram, quem teria feito pagamentos. Contas dos investigados, de acordo com relatórios sobre suas transações financeiras, apresentaram um saldo incompatível com seus vencimentos, segundo consta em relatórios de investigações.

*Com Estadão Conteúdo