Tales: não há no governo Lula um ministro que avise o 'vai dar m****'
O problema do governo Lula (PT) é que não existe nenhum ministro ou auxiliar capaz de avisar o presidente sobre algo que dará errado, opinou o colunista Tales Faria no UOL News, do Canal UOL, nesta quarta-feira (8).
Não há aquele ministro do 'vai dar merd*', o cara que diga 'Lula, está errada essa organização'. Esse é o problema atual do governo. Tales Faria, colunista do UOL
A reforma ministerial no governo Lula deve começar com uma troca de cadeiras nas pastas ocupadas por petistas, conforme antecipou a reportagem do jornal Folha de S.Paulo, em dezembro. A primeira delas, inclusive, foi anunciada nesta terça: Sidônio Palmeira, responsável pela campanha eleitoral de 2022, irá assumir o comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social) no lugar do ministro Paulo Pimenta.
Vai ter uma reforma ministerial, espero que esse Sidônio na comunicação do governo e outros que venham, tenham essa capacidade de dizer ao Lula 'não está legal', 'não está bom', inclusive com relação à atuação da primeira-dama, Janja.
Janja tem o direito de aparecer, de ter uma atuação política, como outras primeiras-damas tiveram. Não tem problema. Agora, tem que estar submetida à estrutura do governo. Não pode se meter no ministério e atuar como ministra da comunicação, por exemplo. Tales Faria, colunista do UOL
No mês passado, o UOL revelou que a saúde de Lula intensificou a disputa entre a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e a Secom pelo controle da comunicação do governo, principalmente no que se refere à imagem do mandatário.
As notícias sobre o seu estado de saúde foram repassadas à imprensa pelo médico do presidente, Roberto Kalil, sem a participação da secretaria. Na ocasião, o então ministro da Secom, Paulo Pimenta, negou e disse ao UOL que a decisão havia sido tomada pela pasta e por Lula.
Tales: Discurso de Lula em ato de 8/1 é bonito, mas com improviso ruim
No UOL News, o colunista Tales Faria disse que o discurso do presidente Lula, em cerimônia que lembrou os atos golpistas do 8 de janeiro, foi bonito, mas possivelmente com um dedo do publicitário Sidônio Palmeira, novo chefe da comunicação do governo.
É um discurso típico de marqueteiro, mas tem problemas políticos na fala. Você tinha que ter mais articulação política, mais citações políticas, menos personalista. Ele teve uma visão muito marcada pelo marqueteiro e pelo personalismo do Lula.
O ato todo teve uma tônica. Inclusive, na tônica do presidente Lula, uma tônica de apoio ao presidente. É personalizado. Não deveria ser isso. Então aí, fica isso aí. Fica um ato de governista. É um ato do governo, do Palácio do Planalto, com pouca gente.
Então, eu vejo esse discurso muito bem feito, é um discurso com marca (...) mas me deu um pouco essa impressão de que o Lula está se achando [um Deus]: 'eu já sobrevivi a tanta coisa que agora eu sou... estou blindado'. Não pode agir dessa maneira.
Tales Faria, colunista do UOL
Maierovitch: 'Moraes atuou firme nas investigações de 8/1, mas houve excessos'
No UOL News, o professor e colunista Wálter Maierovitch afirmou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes atuou firmemente nas investigações sobre atos golpistas de 8 de janeiro, mas também teve excessos e precisamos criticá-lo.
Nós precisamos separar: uma é a atuação firme de Alexandre de Moraes diante da gravidade dos fatos. Era um golpe de estado. Outra coisa são os exageros de Moraes, como, por exemplo, quem atua como investigador não pode atuar como julgador. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Moraes —tido como uma peça importante nas investigações— também compareceu no evento de hoje e foi ovacionado por populares. A plateia aplaudiu de forma entusiasmada o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) quando o nome dele foi anunciado pela mestre de cerimônias —nem Lula teve uma recepção tão calorosa. O magistrado é responsável pelos inquéritos dos participantes dos atentados.
Mas isso são detalhes no campo do direito. Há que se separar as coisas. Não é porque teve um papel destacado, fundamental, que esse papel vai ser apagado pelos abusos, pelos excessos —que não foram só deles, mas também do Supremo Tribunal Federal. De repente, ele se põe no papel de acusador, faz as acusações, prejulga, censura. Isso tudo a gente tem que criticar.
Mas não adianta só jogar lama no Alexandre de Moraes. Outra coisa, é a defesa da democracia, da defesa das nossas liberdades individuais, das liberdades públicas. Isso é outra coisa. Precisamos separar para sermos justos. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
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