Concunhado de Pato e genro de Silvio Santos, Faria tem dia de popstar

Nomeado ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD) mostrou hoje seu lado "popstar" ao tomar posse do cargo em solenidade realizada no Palácio do Planalto.

O evento contou com a presença dos jogadores de futebol como Felipe Melo, volante do Palmeiras, e Alexandre Pato, atacante do São Paulo. A intimidade com os dois surpreendeu até mesmo colegas da Câmara dos Deputados.

"Para mim, foi novidade. Sabia que ele tinha bom trânsito, mas não que era amigo de jogadores famosos. Bom para ele", declarou um congressista presente na cerimônia, torcedor do Flamengo.

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Além dos atletas, o presidente do clube carioca, Rodolfo Landim, participou da solenidade. O dirigente foi cortejado por deputados e assessores. Alguns usavam máscaras de proteção com as cores e o símbolo do clube carioca.

Melo e Landim foram a Brasília não somente para prestigiar a posse de Faria. Eles viajaram à espera de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializasse a MP (medida provisória) da flexibilização do futebol.

A assinatura do ato estava na agenda do mandatário e programada para ocorrer durante a solenidade, mas houve recuo por parte do governo. O Planalto ainda não explicou o motivo.

A medida teria o objetivo, de acordo com o Executivo, de socorrer os clubes em meio à pandemia do novo coronavírus.

O principal item da proposição suspende temporariamente o caráter obrigatório do pagamento do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro). Outro dispositivo visa flexibilizar o vínculo trabalhista com os jogadores.

'Genro do patrão'

Alexandre Pato é casado com Rebeca Abravanel, filha de Silvio Santos e apresentadora do SBT. Uma das irmãs dela, Patrícia Abravanel, que também é apresentadora na emissora chefiada pelo pai, é mulher de Faria.

Parte da família Abravanel esteve hoje na cerimônia de posse do ministro, mas Silvio, que tem simpatia pelo governo Bolsonaro, não foi a Brasília. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o dono do SBT ficou em SP, de quarentena.

"É genro do patrão. Tem que respeitar", comentou um deputado próximo a Faria.

O "bom trânsito" atribuído a Faria foi justamente uma das razões que o alçaram à Esplanada dos Ministérios. A nomeação é uma tentativa de estreitar laços com o centrão —bloco informal composto por partidos que costumam remar de acordo com a maré política.

Auxiliares do governo categorizam o novo ministro como uma "ponte" entre o governo e o Congresso, a fim de melhorar o diálogo entre as partes e as relações institucionais.

Faria é muito próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que compareceu hoje à solenidade. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, também esteve no Planalto.

Elogios a Bolsonaro

Em discurso, o ministro ressaltou a importância da imprensa e fez elogios à forma como Bolsonaro se comunica nas redes sociais.

"A mídia continua a estar entre as prioridades deste governo. O dinamismo dos canais fechados, a força e abrangência da TV aberta, que levam informação e entretenimento, são verticais importantes de política pública. Assim como rádio, veículo poderoso, é um aliado nas pequenas cidades e nas comunidades afastadas."

"E os jornais, que tanto ajudam a aprofundar as reflexões da sociedade, somados à internet, formam o símbolo da liberdade de expressão", completou.

O ministro da pasta recriada por Bolsonaro —o ministério das Comunicações havia sido fundido com o da Ciência e Tecnologia— também elogiou a habilidade do presidente em usar as redes sociais para se comunicar com seus apoiadores e a sociedade.

"O senhor é um inovador na comunicação direta, fala com a população por meio de suas redes sociais e foi quem primeiro percebeu, lá atrás, esse movimento digital espontâneo que mudaria o Brasil e o mundo", discursou Faria.