Moro defende Lava Jato após carreatas pró-operação: 'Legado é do povo'
Do UOL, em São Paulo
15/08/2020 17h23Atualizada em 15/08/2020 17h23
Em meio à crise entre a Lava Jato e a PGR (Procuradoria-Geral da República), o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, saiu em defesa da operação, fazendo menção às carreatas que acontecem hoje em Curitiba e São Paulo. Segundo o ex-juiz federal, os resultados da Lava Jato são "legado do povo brasileiro".
"Carreatas no Brasil em favor da Lava Jato. O legado da Lava Jato é do povo brasileiro que não admite corrupção, desvio de dinheiro público e impunidade", escreveu Moro em uma rede social. O ex-ministro também compartilhou uma suposta foto da manifestação na Avenida Paulista, no centro de São Paulo.
As carreatas foram convocadas pelo Vem Pra Rua em 15 cidades, a maior parte delas pela manhã, segundo o site do movimento. Nas redes sociais, porém, não há muitos registros de manifestações fora de Curitiba em São Paulo.
No Rio, o evento aparece como "cancelado devido ao decreto estadual 47.199, de 04/08/2020", que suspende até 20 de agosto a "realização de eventos e de qualquer atividade com a presença de público, ainda que previamente autorizadas, que envolvam aglomeração de pessoas".
PGR x Lava Jato
O embate entre a PGR e integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba está acirrado desde uma declaração feita pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, durante uma live no final de julho. Na ocasião, Aras disse que "é hora de corrigir os rumos [da operação] para que o lavajatismo não perdure".
"Espero que o enfrentamento a macrocriminalidade, especialmente naquela corrupção relativa a grandes capitais continue a se fazer do mesmo modo, mas no universo dos limites da Constituição e das leis. O lavajatismo há de passar", afirmou.
Depois, o PGR chegou a bater boca com procuradores que o criticaram por essa fala durante uma reunião remota do Conselho Superior do MPF (Ministério Público Federal). Aras interrompeu o discurso de Nicolao Dino afirmando que a sessão era voltada às discussões sobre o orçamento e que, portanto, "não seria um palco político de Vossa Excelência e de ninguém".