Renan: Bolsonaro está na mão do centrão e terceirizou economia para Guedes
Rayanne Albuquerque, Gabriel Toueg e Leticia Simionato
Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo
28/06/2021 10h58Atualizada em 28/06/2021 11h46
Crítico da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) declarou hoje ao UOL Entrevista que o presidente está "na mão do centrão" e que a economia do país foi terceirizada para o ministro Paulo Guedes. O parlamentar disse ainda, aos colunistas Josias de Souza e Tales Faria, que a comissão pretende investigar o fluxo do dinheiro destinado à pandemia e que por isso é necessária a extensão do prazo de atividades para o colegiado.
Não só o presidente está na mão do centrão em função dessa blindagem que está acontecendo na Câmara, mas nós estamos vendo na economia, uma coisa pior, que é o mega centrão. O presidente terceirizou para o Paulo Guedes a economia. Se a pandemia é algo complexo, na qual ele não conseguiu entrar pela ignorância, imagine na complexidade da economia."
Renan Calheiros
Calheiros voltou a repetir que o governo está fragilizado e que existe um "falso brilhantismo" na gestão federal, que deteriora ainda mais o ambiente de negócios do Brasil.
Nós estamos sobre a égide de um orçamento paralelo, isso do ponto de vista orçamentário, isso é um retrocesso inominável. No ano de 2020, através dessa emenda RP9, o governo federal, através do Ministério da Saúde, gastou R$ 8 bilhões. Não é com emendas parlamentares, mas emendas clandestinas que foram dadas a membros da base do governo."
Renan Calheiros
O relator da CPI também avalia que as investigações do colegiado colaboraram para a queda da popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e disse que o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) é um general de direita e, por isso, se torna um entrave para um impedimento.
Segundo o parlamentar, o governo tem sido cassado pelas redes e Bolsonaro tem permanecido calado após os depoimentos dos irmãos Miranda — deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda — na Comissão Parlamentar de Inquérito.
"A blindagem não é apenas do presidente da Casa, é uma blindagem consubstancia com um orçamento nunca visto no país, cujas emendas não têm sequer acompanhamento dos órgãos de controle. É a primeira vez que ele não tem condição de acompanhar a execução de emenda."
Nós vamos investigar tudo que diz respeito à pandemia. Os recursos da Saúde que fora usados no enfrentamento da pandemia, por isso precisamos de mais tempo."
Renan Calheiros