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Bolsonaro diz que não afasta Barros por falta de materialidade em denúncia

Bolsonaro ao lado de Ricardo Barros; segundo presidente, falta materialidade em acusações contra deputado - Reprodução
Bolsonaro ao lado de Ricardo Barros; segundo presidente, falta materialidade em acusações contra deputado Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

22/07/2021 11h16Atualizada em 12/08/2021 08h18

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, em entrevista à Rádio Banda B (PR), que falta "materialidade" nas denúncias para afastar o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) da liderança do Governo na Câmara.

Bolsonaro tem sido cobrado a se posicionar sobre a acusação do deputado Luís Miranda (DEM-DF) de que o presidente citou Barros ao ser avisado sobre suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

Na entrevista concedida hoje, o chefe do Executivo não falou especificamente se disse ser "rolo do Barros" as possíveis irregularidades, como alegado por Luís Miranda. Porém, cobrou que a CPI da Covid agende o depoimento do líder do Governo para esclarecer a acusação.

"A honra dele é jogada na lama por pessoas que não tem qualquer credibilidade perante a opinião pública. Mais do que o direito dele, a CPI tem o dever de ouvi-lo. Por que deixaram sangrando sem resposta?", questionou.

"Até agora não tenho nada contra Ricardo Barros, tanto que não afastei da liderança do Governo. Não posso com denúncias afastar as pessoas, tem que ter alguma materialidade nessa denúncia. Até que se até que se prove o contrário, ele continua no nosso governo e tem credibilidade para tratar de assuntos nossos no Parlamento", disse.

Luís Miranda e o servidor público Luis Ricardo Fernandes Miranda denunciaram à CPI um esquema de corrupção envolvendo a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo afirmou que sofreu "pressão atípica" para agilizar a liberação da vacina prevista no contrato intermediado pela Precisa Medicamentos, representante da indiana Bharat Biotech. A desconfiança aumentou quando o Ministério da Saúde recebeu uma "invoice" (nota fiscal) cobrando a antecipação de US$ 45 milhões para o primeiro lote de imunizantes.

Miranda e o irmão disseram ter avisado Bolsonaro da suspeita de cobrança de propina na aquisição da vacina durante reunião no Palácio da Alvorada, no dia 20 de fevereiro. Foi então que o presidente teria responsabilizado Ricardo Barros, ministro da Saúde no governo de Michel Temer.

Bolsonaro também é cobrado por sua postura diante da denúncia. A versão oficial do Planalto é de que o presidente pediu ao então ministro Eduardo Pazuello a apuração da denúncia, mas a falta de registros oficiais faz com que opositores levantem a possibilidade de Bolsonaro ter cometido o crime de prevaricação ao não investigar a suspeita levantada.

* Com informações do Estadão Conteúdo