Bolsonaro contraria OMS e diz que 'é proibido usar máscara' em homenagem
Do UOL, em São Paulo
13/12/2021 18h04Atualizada em 13/12/2021 19h51
O presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou hoje o Dia Nacional de Forró e o aniversário de 109 anos do cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912-1989), durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Entre uma fala e outra, o mandatário gritou para outras pessoas não identificadas na transmissão.
Aqui é proibido [usar] máscara Jair Bolsonaro, presidente da República
O uso de máscaras como prevenção de contágio da covid-19 é recomendado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Ainda com dados afetados pelo ataque hacker ao Ministério da Saúde, o Brasil chegou hoje ao 9º dia com média móvel de novas mortes por covid-19 abaixo de 200: foram 181 mortes em decorrência da doença. O número é calculado pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, com dados fornecidos pelas secretarias de Saúde.
Apesar da baixa no número de mortos, no Brasil, especialistas têm recomendado à população o uso constante da máscara de proteção facial, já que a pandemia ainda não acabou e a OMS anunciou recentemente a descoberta de nova cepa, a ômicron. A variante surpreendeu cientistas com alta velocidade de contágio.
Bolsonaro não discursou, mas entregou o título de patrimônio cultural brasileiro ao forró, durante o evento que durou por mais de uma hora. Estiveram presentes ainda o ministro do Turismo, Gilson Machado, o secretário de Cultura, Mário Frias, entre outros.
Netos de Gonzaga na bronca
Amora Pêra, Daniel Gonzaga e Nanan Gonzaga, que são filhos do também cantor e compositor Gonzaguinha, divulgaram texto de protesto nas redes sociais.
"Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida, por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma NOTA DE NOJO diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus".
Na ocasião, os netos de Gonzagão informaram que, ainda que simbolicamente, não autorizaram o governo federal a usar as canções assinadas por nenhum de seus familiares.
"Sonhamos com o dia em que nosso país volte a ser e a ter respeito e honestidade em relação à sua história, suas injustiças e desequilíbrios. Sonhamos o dia em que se volte a reconhecer, dentro do país, a importância da Cultura, das artes brasileiras, e seu imenso legado por gerações, assim como o é em todo o mundo", dizia o texto.