Bolsonaro volta a criticar suspensão do Telegram: 'Milhões de prejudicados'
Ao conversar com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que bloqueou o Telegram na semana passada.
"Uma decisão em cima de um aplicativo. São dezenas de milhões de pessoas que usam e, de repente, o cara fala que não vai ter mais", afirmou o presidente ao se referir à decisão de Moraes.
Na sexta-feira (18) passada, o ministro decidiu determinar a suspensão do funcionamento do Telegram no Brasil após o aplicativo se recusar a manter um diálogo com o STF e com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que teme o uso da ferramenta para desinformação durante as eleições de outubro.
Na decisão, Moraes disse que o Telegram apresentou "total desprezo à Justiça brasileira".
Após o bloqueio, porém, o dono do sistema russo, que mudou a sede da empresa para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Pavel Durov, se manifestou publicamente pela rede social pedindo desculpas à justiça brasileira.
Com o posicionamento de Durov, o STF concedeu um prazo de 24 horas para que todas as exigências preliminares fossem cumpridas, como a indicação de um representante do Telegram no Brasil.
Na fala com os apoiadores, Jair Bolsonaro também voltou a atacar os governadores e os gestores municipais, ao criticar as políticas adotadas com relação à pandemia do novo coronavírus.
"A pessoa ia em um supermercado, onde podia comprar feijão, mas não podia comprar uma vassoura. Coisas inacreditáveis. Teve prefeitos que queriam fechar o espaço aéreo. Teve município no Rio onde o prefeito jogou pedras nas ruas para ninguém entrar no município. Poder dado pelo Supremo aí", declarou ao dizer que a população conheceu "protótipos" de ditadores.
A decisão que concedeu autonomia aos estados e municípios com relação à questão sanitária durante a proliferação do vírus, porém, não retirou poderes do governo federal, mas determinou que uma atuação fosse coordenada entre os entes da Federação.
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