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Após ataques ao STF, Moraes inclui PCO no inquérito das fake news

6.fev.2020 - O ministro do STF, Alexandre de Moraes, durante sessão do plenário da Corte - Rosinei Coutinho/SCO/STF
6.fev.2020 - O ministro do STF, Alexandre de Moraes, durante sessão do plenário da Corte Imagem: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Paulo Roberto Netto

do UOL, em Brasília

02/06/2022 17h33Atualizada em 02/06/2022 20h49

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), incluiu o PCO (Partido da Causa Operária) no inquérito das fake news e deu 5 dias para o presidente da sigla, Rui Costa Pimenta, prestar depoimento sobre ataques da sigla ao tribunal.

As publicações do partido de extrema-esquerda feitas pelas redes sociais chamavam o ministro de "skinhead de toga", acusava o tribunal de "fraudar as eleições" e defendia a dissolução do STF. "É preciso adotar uma política concreta contra a ditadura do STF. Lutar pela dissolução total do tribunal e pela eleição dos juízes com mandato revogável", escreveu o PCO em uma das publicações.

No despacho, Moraes determina ainda o bloqueio dos perfis do PCO em Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Telegram e TikTok. O ministro também mandou que o corregedor-geral eleitoral, ministro Mauro Campbell, seja oficiado para apurar possível violação à resolução que veda o compartilhamento de fatos inverídicos contra o processo eleitoral.

"O que se verifica é a existência de fortes indícios de que a infraestrutura partidária do PCO, partido político que recebe dinheiro público, tem sido indevida e reiteradamente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsionar a propagação das declarações criminosas, por meio dos perfis oficiais do próprio partido, divulgados em seu site na internet", disse Moraes.

Segundo o ministro, há "relevantes indícios" de utilização de dinheiro público por parte do presidente do partido para "fins meramente ilícitos", como a divulgação de ataques às instituições.

"É necessário destacar que o Partido da Causa Operária, além das publicações no Twitter, utiliza sua estrutura para divulgar as mesmas ofensas nos mais diversos canais (Instagram, Facebook, Telegram, Youtube, Tik Tok), ampliando o alcance dos ataques ao Estado Democrático de Direito, de modo que atinjam o maior número possível de usuários nas redes sociais, que somadas, possuem quase 290 mil seguidores", registrou Moraes.

A reportagem do UOL busca contato com o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta. O espaço segue aberto a manifestação.

Nas redes sociais, Pimenta disse que os supostos crimes listados por Moraes são "declarações políticas". "Hoje, no Brasil ter determinada opinião política é crime. Não é agora, sempre lutamos contra isso", disse.