Lira diz que votação recorde o impulsiona e liga Lava Jato ao ódio no país
Arthur Lira (PP-AL) discursou no plenário da Câmara dos Deputados após ser reeleito presidente da Casa. Ele ressaltou a votação recorde que recebeu, de 464 votos, e responsabilizou a Operação Lava Jato pelo clima hostil instalado no país.
Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar, terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o rigor da lei Arthur Lira, durante discurso após vitória
Sem citar nominalmente a Lava Jato, Lira afirmou que é necessários que todos os setores da sociedade façam uma autocrítica pela criminalização da política, iniciada há quase uma década. A primeira fase da operação foi deflagrada em 2014.
Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar, terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o rigor da lei Arthur Lira, sobre Lava Jato
O presidente reeleito também repudiou os atos golpistas do dia 8 de janeiro e cobrou a aplicação da lei contra os envolvidos. "No Brasil, nenhum regime político irá prosperar fora da Democracia. Jamais haverá um Brasil sem eleições livres e representantes escolhidos pelo voto popular. Jamais haverá um Brasil sem liberdade".
Principais pontos do discurso:
- "Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar, terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o rigor da lei";
- "Aos vândalos e instrumentadores do caos que promoveram o 8 de janeiro passado, eu afirmo:No Brasil, nenhum regime político irá prosperar fora da Democracia. Jamais haverá um Brasil sem eleições livres e representantes escolhidos pelo voto popular. Jamais haverá um Brasil sem liberdade";
- "E para preservar esse valores democráticos, todos - classe política, judiciário, imprensa e segmentos sociais e empresariais - precisamos fazer uma autocrítica. O processo de criminalização da política, iniciada há quase uma década, abalou a representatividade de diversas instituições e seus representantes";
- "Não dá mais para usurpar prerrogativas, interferir em decisões amplamente debatidas, votadas e aprovadas. O legislativo é o poder moderador da República e assim continuará sendo";
Reeleição
Com uma ampla gama de apoios que vai do PT ao bolsonarismo, Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados com a maior votação da história da casa. Ele teve 464 votos, contra 21 de Chico Alencar (PSOL-RJ) e 19 de Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Lira articulou sua reeleição antes mesmo do resultado da eleição presidencial, que terminou com a vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) —ele era um dos aliados mais próximos do ex-presidente.
Os 464 votos de Lira superam com sobras o recorde anterior na eleição para o comando da Câmara: Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), presidente em 1991 e 1992, e João Paulo (PT-SP), 2003 e 2004, tinham até então as vitórias mais folgadas, tendo ambos obtido o apoio de 434 parlamentares.
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