Cid se nega até a falar a idade, e CPI diz que vai denunciá-lo ao STF
Do UOL, em Brasília e em São Paulo
11/07/2023 14h48Atualizada em 11/07/2023 20h11
O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que pode vir a denunciar ao STF o comportamento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), por ficar em silêncio para todas as perguntas feitas pelos parlamentares.
O que aconteceu?
Mauro Cid se negou a dizer a própria idade. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse ter feito a pergunta de propósito para demonstrar que Cid não estava deixando de responder somente a perguntas que poderiam autoincriminá-lo, mas sim a todos os questionamentos dos parlamentares.
O presidente da CPMI disse que poderá acionar o STF para denunciar a falta de cumprimento da decisão de Cármen Lúcia. A ministra foi a responsável por conceder um habeas corpus de direito ao silêncio a Mauro Cid, mas somente para assuntos que pudessem incriminá-lo em inquéritos em que ele é investigado.
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Isso infelizmente acarretará na necessidade de nós fazermos uma denúncia ao STF, haja vista que a ministra do Supremo determinou que, aquilo que não o incriminasse, ele tinha a obrigação de responder uma vez que ele não está aqui apenas como depoente, mas como testemunha.
Arthur Maia, presidente da CPMI do 8 de Janeiro
Cid é obrigado a dizer a verdade quanto aos demais questionamentos, segundo a decisão do STF.
Cid anunciou no começo da oitiva que permaneceria em silêncio em questões nas quais é investigado. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro está preso desde o dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacina para o ex-presidente e seus familiares.
Em entrevista coletiva após a sessão, o presidente da CPMI disse que já esperava que o depoente ficasse em silêncio e confirmou a intenção de acionar o STF contra Mauro Cid. "Terá que se explicar ao Supremo Tribunal Federal", destacou.
Nós, da CPMI, na medida em que o Supremo disse que ele deveria e tinha a obrigação de responder sobre aquilo que ele tinha conhecimento e não o incriminava, e nem assim ele respondeu, obviamente que nós vamos verificar com a assessoria da Comissão, a assessoria jurídica, para saber até que ponto isso foi um descumprimento de ordem judicial. Então, a assessoria técnica da CPMI vai tomar essa deliberação
Arthur Maia, presidente da CPMI do 8 de Janeiro