PF pede via Interpol acesso às imagens de ataque a Moraes em Roma
A Polícia Federal solicitou na tarde de hoje acesso às imagens das agressões sofridas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, na Itália. O pedido foi feito por meio da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), segundo apurou o UOL.
O que aconteceu
Ainda nesta segunda, a PF já havia pedido que o aeroporto preserve as imagens. Agora, com o objetivo de obter as gravações, a Polícia Federal usa as frentes de cooperação policial internacional, pela Interpol, e também acionou o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O processo é complexo. Para ter acesso aos vídeos, a Polícia Federal precisa da colaboração das autoridades italianas. A formalização e justificação do pedido de acesso é um dos passos fundamentais do processo.
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Não há obrigação de as autoridades da Itália enviarem as imagens, mas o governo acredita na colaboração do país, conforme disse o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ao UOL News.
A filmagem será importante para esclarecer o que aconteceu no episódio, que teria culminado na agressão física do filho de Moraes por Roberto Mantovani Filho, 71. As versões de Moraes — feitas à PF— a dos acusados são divergentes — eles negam ter agredido Moraes.
A defesa de Mantovani, empresário de Santa Bábara D'Oeste (SP), alega que o cliente "precisou conter os ânimos do jovem ofensor", sem confirmar se trata-se do filho de Moraes.
Outro dos três suspeitos, o corretor Alex Zanatta Bignotto, 27, disse em depoimento à PF no domingo que não promoveu atos de hostilidade contra o ministro e a família dele. A oitiva dos outros dois suspeitos está prevista para amanhã, também em Piracicaba (SP).
Relembre o ataque
Moraes foi hostilizado por três brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma, segundo as investigações da PF. Ataques ocorreram por volta das 18h45 da sexta-feira (horário local, 13h45 em Brasília). A informação foi confirmada por interlocutores da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.
O ministro foi chamado de "bandido, comunista e comprado", conforme a investigação. As palavras teriam vindo de Andréia Mantovani, mulher de Mantovani. Advogados criminalistas afirmaram ao UOL que os brasileiros podem responder por crimes de injúria e agressão.
O ministro estava na Itália para uma palestra. Moraes viajou com a família para participar do Fórum Internacional de Direito. Procurado, o STF informou que não se manifestaria sobre o caso.