Centrão cede ao governo, troca deputados, e Salles indica fim de CPI do MST
O relator da CPI que investiga as invasões do MST, deputado Ricardo Salles (PL-SP), desistiu de pedir a prorrogação no prazo da comissão, prevista para terminar em setembro. A decisão ocorreu após partidos do centrão atenderem ao apelo do líder do governo na Câmara, Zé Guimarães (PT-CE), e substituirem integrantes de oposição ao presidente Lula por nomes mais "pragmáticos".
O que aconteceu
Com as trocas feitas pelas bancadas do PP, Republicanos e União Brasil, o perfil de integrantes da comissão, que antes era de oposição, fica mais de centro. A mudança pode amenizar o desgaste que o governo estava sofrendo desde o início da investigação.
As três bancadas negociam a entrada no Executivo. Salles classificou a manobra como uma "clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo".
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O líder do governo na Câmara negou relação com a reforma ministerial e disse que o movimento para a troca de cadeiras partiu dele após a CPI "passar do limite".
Segundo Guimarães, ele e o deputado Alencar (PT-SP), vice-líder de governo, conversaram com Salles, que teria prometido dialogar com o governo. Na avaliação do líder, no entanto, ele "fez tudo ao contrário".
A outra gota d'água para Salles foi o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelar a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para depor à comissão. Ele iria hoje à tarde no colegiado.
Salles queria prorrogar a CPI por mais 60 dias. Instalada em 23 maio, ela terá 120 dias de duração e tem previsão para acabar em setembro.
Diante dessas manobras regimentais e a clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo, claramente não é mais o caso de prorrogar a CPI. Não podemos querer prorrogar algo cujas pernas foram amputadas.
Ricardo Salles (PL-SP), deputado federal, relator da CPI do MST