CPI do 8/1: Após responder a governistas, hacker silencia para opositores
Depois de acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de pedir para falsificar uma invasão de urna eletrônica, o hacker Walter Delgatti se recusou a responder perguntas da oposição. A cada questionamento, ele se limitava a dizer: "Ficarei em silêncio".
O que aconteceu
O hacker respondeu a todas as perguntas dos governistas, que falaram antes do intervalo do almoço na CPI. Na retomada, foi a vez dos opositores, mas Delgatti disse que ficaria em silêncio por orientação de seu advogado.
A primeira vez que isto ocorreu foi durante a intervenção do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Delgatti chegou a se negar a identificar uma pessoa que aparecia numa imagem do Instagram.
A foto postada mostrava o advogado Ariovaldo Moreira, defensor do hacker e que estava sentado ao lado dele. Delgatti pode ficar calado graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal tomada pelo ministro Edson Fachin.
A atitude de Delgatti indignou os parlamentares de oposição. Eles argumentaram que o hacker se prestou a responder todos os questionamentos de deputados e senadores alinhados com o governo.
O silêncio de Vossa Senhoria diz mais do que Vossa Senhoria possa imaginar.
Senador Marcos Rogério (PL-RO)
Advogado alinhado à esquerda
O advogado Ariovaldo Moreira usou as redes sociais para divulgar que o lucro com a venda dos livros da biografia de Lula, escrita por Fernando Morais, seria revertido a Delgatti.
A postagem era de novembro de 2021 e o evento de lançamento seria no dia 13 de dezembro do mesmo ano. A informação foi divulgada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) durante seu questionamento ao hacker na CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro.