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STF condena réu do 8/1 que defendeu 'quebrar tudo' a 17 anos de prisão

Matheus Lima de Carvalho Lázaro, réu pelos atos de 8/1, a caminho da Praça dos Três Poderes Imagem: Reprodução/PCDF

Do UOL, em Brasília

14/09/2023 18h40Atualizada em 14/09/2023 20h07

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou Matheus Lima de Carvalho Lázaro, terceiro réu acusado pelos atos golpistas de 8 de janeiro, a 17 anos de prisão, sentença semelhante ao primeiro réu julgado pela Corte na manhã de hoje (14).

A quarta e última ação pautada para a sessão, que mira Moacir José dos Santos, não foi julgada em razão do horário. Uma nova data deverá ser marcada pela ministra Rosa Weber, presidente da Corte.

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'Excessivamente comprovado'

Matheus Lázaro foi quem divulgou mensagens para a esposa grávida defendeu que era preciso "quebrar tudo" para "o Exército entrar". Ele responderá por cinco crimes: associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

Moraes disse que o caso de Matheus seria "ainda mais grave" que os demais, uma vez que ele já serviu como soldado por um ano no Exército e que teria ficado acampado em um batalhão em Apucarana (PR).

Então, sabia o que estava fazendo quando pedia intervenção militar. O caso é excessivamente comprovado.
Alexandre de Moraes, ministro do STF

O ministro, assim como nos demais casos, mostrou inclusive a imagem de Matheus com uma lata de cerveja dentro do Congresso Nacional.

Moraes foi seguido integralmente por Edson Fachin, Cristiano Zanin (que defendeu uma pena menor), Cármen Lúcia, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Rosa Weber, presidente da Corte.

O ministro Roberto Barroso acompanhou Moraes, mas rejeitando o crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Nunes Marques repetiu sua divergência, votando somente para condenar o réu por dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

André Mendonça não votou. Ele deixou a sessão durante a tarde por uma razão de saúde.

Como mostrou o UOL, Matheus Lima enviou mensagens à esposa grávida durante a invasão ao Congresso e deixou claro que esperava uma intervenção golpista do Exército logo após a ocupação dos prédios pelos manifestantes.

As mensagens foram lidas pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pela investigação do 8 de janeiro, e pelo próprio Moraes.

Advogada 'tomou' o lugar da Defensoria

Ao falar em defesa de Matheus, a advogada Larissa Araújo afirmou que seu cliente sofreu uma "lavagem cerebral" e implorou os ministros pela sua absolvição. Em determinado momento, ela quase chorou na tribuna.

Pessoas com maior idade teriam colocado na cabeça dele que se o Brasil se tornasse uma Venezuela isso tudo iria acabar. Foi feita uma lavagem cerebral tão grande, olha o tanto de bobagem que ele fala.
Larissa Araújo, advogada do terceiro réu do 8/1

Larissa fez a sustentação oral no lugar da Defensoria Pública, que havia assumido o caso após a defesa perder o prazo para se manifestar nos autos.

O UOL apurou que o defensor público federal do caso estava preparado para defender Matheus no tribunal, mas, na véspera, a advogada juntou uma petição aos autos retomando o caso. Isso foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes.

A Defensoria Pública fez um brilhante trabalho e faria a sustentação oral, mas aí a advogada retornou.
Alexandre de Moras, ministro do STF

Quem é o terceiro réu?

Matheus Lima de Carvalho Lázaro, de 24 anos, é de Apucarana (PR). Ele não foi preso na praça dos Três Poderes, e sim no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal a 5 km dali, quando voltava do ato com dois amigos.

Em áudios obtidos pelos investigadores, Matheus Lima enviou mensagens à esposa grávida durante a invasão ao Congresso e deixa claro que esperava uma intervenção golpista do Exército logo após a ocupação dos prédios pelos manifestantes.

À polícia, Lima se definiu como "bolsonarista e nacionalista". Em depoimento logo após a prisão, ele confessou que invadiu o Congresso e filmou colegas jogando pedras em uma vidraça, mas negou ter participado diretamente da depredação.

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