Toffoli prorroga inquérito sobre ofensas a Moraes; vídeos seguem sob sigilo
Do UOL, em São Paulo e Brasília
04/10/2023 19h25Atualizada em 04/10/2023 20h59
O ministro Dias Toffoli, do STF, prorrogou por 60 dias o inquérito da Polícia Federal que apura os supostos ataques sofridos pelo ministro Alexandre de Moraes no aeroporto internacional de Roma, na Itália, em julho deste ano.
O que aconteceu
A pedido da PF, Toffoli concedeu mais prazo para a conclusão das investigações. Segundo o Supremo, a PF ainda está analisando as imagens enviadas pelas autoridades italianas, que chegaram ao Brasil há um mês.
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Além de prorrogar as investigações, Toffoli retirou o sigilo do processo.
Apenas os vídeos da suposta agressão a Moraes foram mantidos em sigilo. A justificativa, segundo Toffoli, é que as filmagens expõem outras pessoas além das envolvidas no caso.
As imagens foram entregues ao Ministério da Justiça no dia 4 de setembro. A PF espera, com o material em mãos, confrontar as versões divergentes de Moraes e dos suspeitos da agressão sobre o ocorrido.
Não há razão para expor envolvidos e terceiros, que aparecem nas cenas captadas, devendo-se preservar, na espécie, seus direitos à imagem e à privacidade. Neste momento e pelas razões deduzidas, tais imagens interessam unicamente às investigações, que devem prosseguir perante esta relatoria.
Ministro Dias Toffoli, sobre a manutenção do sigilo sobre as imagens
Conflito de versões
O ministro do STF foi chamado de "bandido, comunista e comprado", segundo a PF.
Os suspeitos negam a agressão a Moraes. Os autores dos supostos ataques são Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto. Roberto e Andreia são casados, enquanto Alex é genro de Roberto.
Segundo o advogado da família Mantovani, o filho de Moraes é que teria iniciado as agressões verbais contra Andreia. Na sequência, Roberto, para defender a esposa, teria "afastado o rapaz com os braços", segundo afirmou em entrevista ao UOL.
Já Moraes alegou em depoimento à PF que recebeu dois ataques verbais, de Roberto e de Andreia. Os dois teriam acusado o ministro de ter "fraudado as urnas e roubado as eleições".
Os suspeitos respondem ao processo em liberdade. Durante as investigações, a família foi alvo de um mandado de busca e apreensão em dois endereços em Santa Bárbara d'Oeste (SP). Na ocasião, foram apreendidos um computador e um celular.