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Fim de CPI do 8/1 é marcado por confusão e senadora diz ter sido agredida

Felipe Pereira, Gabriela Vinhal e Carolina Nogueira

Do UOL, em Brasília e colaboração para o UOL, em Brasília

18/10/2023 17h45Atualizada em 19/10/2023 08h14

A saída dos parlamentares integrantes da CPI do 8 de janeiro foi marcada por tumulto hoje no Congresso. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) disse ter sido agredida enquanto caminhava pelo Salão Azul do Senado.

Imagens mostraram que um homem que gravava os parlamentares e gritava contra eles deixou o celular cair na senadora, após levar um tapa no aparelho.

O que aconteceu

O homem foi identificado como funcionário da Câmara, lotado no gabinete do deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara. Ao UOL Jordy afirmou que, apesar de não ter ocorrido agressão contra a senadora, determinou a exoneração do servidor.

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Ele estava filmando e gritando e o deputado Rogério Correia bateu em sua mão para retirar seu celular, que acabou caindo na cabeça da senadora Soraya. Contudo, como já afirmei, a conduta é incompatível com a de um assessor parlamentar e sua exoneração já foi determinada.
Deputado Carlos Jordy (PL-RJ)

A confusão aconteceu após aprovação do relatório da CPI de 8/1 que apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares como autores dos atos golpistas.

Questionada, Soraya disse que sentiu um golpe na cabeça em meio ao tumulto de pessoas. Ela disse que sentiu a pancada do celular do funcionário em sua cabeça. "Quicou com a ponta, porque doeu bastante".

Aí eu entendi quem estava me agredindo, que eu achei, por causa do celular dessa pessoa. Temos que rever, não quero ser leviana, mas foi por conta daquele momento.
Senadora Soraya Thronicke (União-MS)

O assessor de Jordy é Rodrigo Duarte, que negou a agressão. "Pode pegar a filmagem para ver se tem cotovelada na senadora. É isso que eles fazem: mentir para tentar se vitimizar. Isso aí é a esquerda."

Eu não aceito eles dizerem que não tem anistia para vândalos, senhoras, para homens e mulheres que vieram reivindicar no dia 8 e eles classificam os terroristas do Hamas como militantes. Eles tentaram roubar meu celular, tentaram me agredir
Rodrigo Duarte, assessor do deputado Carlos Jordy (PL-RJ)

Depois da confusão, um grupo de parlamentares a favor do relatório fez um ato em defesa da democracia. Os congressistas caminharam do Congresso Nacional até a Praça dos Três Poderes, que reúne os prédios alvos da depredação em 8 de janeiro.

Relatora: "Democracia venceu o fascismo"

A senadora que relatou a CPI, Eliziane Game (PSD-MA), entendeu que a conclusão dos trabalhos enviou uma "resposta" a quem perpetuou os atos de 8 de janeiro.

O Brasil deu uma resposta de intolerância a atos antidemocráticos. É uma demonstração de que a democracia venceu o fascismo, de que a democracia venceu a barbárie, de que a democracia do Brasil é forte, de que as instituições brasileiras, mais do que nunca, são fortes. Não vamos permitir que o 8 de janeiro se repita na história brasileira.
Eliziane Gama, senadora e relatora da CPI

Mais cedo, Eliziane denunciou ter recebido ameaças devido a sua atuação como relatora da CPI. A senadora afirmou que solicitará proteção a ela e a sua família nas próximas semanas. O pedido será encaminhado a Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional.

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