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Oposição usa programa para monitorar votos de deputados contra o governo

O deputado Carlos Jordy, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, todos do PL Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em Brasília

20/10/2023 04h00

A oposição ao governo Lula (PT) criou uma plataforma para acompanhar como vota cada deputado federal e descobriu que conta com 112 parlamentares. Isso quer dizer que 22% dos deputados vota contra o governo, ou 1 a cada 5 parlamentares —a Câmara contém 513 cadeiras.

O que aconteceu

Os números foram analisados pelo UOL por meio de uma plataforma de Power BI, um serviço de compilação de dados. Foram registrados 27.953 votos.

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O material é baseado nas informações de sessões do plenário desde o início do ano até o dia 10 de outubro.

O Republicanos, partido que abriga o governador Tarcísio de Freitas (SP) e a senadora Damares Alves (DF), tem somente três deputados fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com apenas três deputados, o Novo é a sigla que mais votou de acordo com o posicionamento da oposição. Segundo a plataforma, a taxa de alinhamento antigoverno é de 90,5%, ou seja, dos 190 votos, 172 foram com a oposição e 18 com o governo.

O PL, partido de Bolsonaro e maior bancada da Câmara, tem 81 deputados alinhados com a oposição. Há ainda dez independentes e nove governistas.

Entre os opositores, só a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) foi a todas as sessões e votou 100% com a orientação da oposição.

Já 391 deputados seguem a orientação do Palácio do Planalto e representam 76% da Câmara. O grupo ajudou a aprovar propostas econômicas importantes para o governo Lula, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.

O maior índice de alinhamento com o governo é do PCdoB. Em todas as propostas analisadas em plenário, o partido entregou 99,2% de seus votos ao Planalto.

O PT, partido do presidente Lula, seguiu a orientação de governo em 99% das ocasiões e aparece em segundo na lista.

A menor fatia na Casa é a de independentes, com apenas 34 deputados —o equivalente a 6% da Câmara. Em votações apertadas, eles são o fiel da balança para uma proposta ser aprovada ou rejeitada.

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A oposição encolheu desde janeiro. Deltan Dallagnol, ferrenho opositor a Lula, perdeu o mandato em junho deste ano. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou sua candidatura, decisão confirmada pela Mesa da Câmara em junho.

É por situações como a de Deltan que o número de deputados analisados (538) é superior à quantidade total de cadeiras (513). Há ainda parlamentares que assumem cargos estaduais ou federais e são substituídos por seus respectivos suplentes.

Como funciona a classificação na plataforma

A oposição construiu um robô que reuniu os dados de todas as votações no plenário. Foram compiladas as orientações de voto do governo e da oposição.

É considerado de oposição aquele parlamentar que seguiu a recomendação da oposição de 70% das votações para cima.

São considerados independentes os parlamentares que seguiram a orientação da oposição no intervalo entre 50% e 70% das votações.

Aqueles que se alinharam à recomendação da oposição em menos de 50% das votações foram classificados como governistas.

Para que isso serve?

O sistema vai mostrar o quão fiel à oposição cada deputado é em seus votos.

Parlamentares contaram que há colegas que discursam a favor do conservadorismo e de Bolsonaro, mas que fazem o contrário na hora de votar.

A plataforma ainda vai ajudar nos momentos de pressão contra algum projeto ou quando o dinheiro de emendas são empenhados.

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