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'Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras', diz Lula a ministros

Do UOL, em Brasília

03/11/2023 10h47

O presidente Lula (PT) defendeu hoje o aumento de investimentos em infraestrutura em reunião ministerial no Palácio do Planalto. "Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras", declarou.

O que Lula disse

O recado se dá em meio à discussão da meta fiscal com déficit zero para 2024. Lula tem pregado que não se deve cortar investimentos em infraestrutura em busca de zerar a meta, algo defendido pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).

A gente não pode deixar sobrar dinheiro que está investido nos ministérios. A gente precisa transformar. Eu sempre digo o seguinte: para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro no Tesouro. Para quem está na presidência, dinheiro bom é dinheiro transformado em escola de segundo e terceiro grau, é saúde...
Lula, em reunião ministerial

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O recado foi dado diretamente a Haddad, na reunião com ministros da área de infraestrutura. Em coletiva nesta semana, o ministro voltou a defender segurar os gastos em busca "do equilíbrio fiscal".

"O objetivo é a gente criar emprego nesse país", justificou Lula. "Se o dinheiro estiver circulando e gerando emprego, é tudo que um político quer, é tudo que o presidente deseja."

Nós queremos que vocês sejam os melhores ministros desse país, os melhores executores desse país, os melhores gastadores do dinheiro em obras de interesse do povo brasileiro. É para isso que estamos fazendo essa reunião aqui.
Lula, em reunião ministerial

Debate sobre a meta fiscal

Na última sexta (27), Lula descartou a possibilidade de meta fiscal com déficit zero em café com jornalistas. Ele disse que o objetivo "dificilmente será cumprido" e se dá porque o mercado é "ganancioso".

O arcabouço fiscal, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso, estabelece uma meta de resultado primário zero para o próximo ano, com margem de tolerância de 0,25%. Zerar a meta tem sido defendido especialmente pelo ministro.

Questionado na segunda (30), Haddad não respondeu diretamente sobre a mudança da meta, mas disse que o compromisso é "buscar o equilíbrio fiscal". Ele pontuou, no entanto, que "precisa de apoio político para isso".

Haddad afirmou que "mostrou as várias possibilidades" para Lula e que o presidente vai avaliá-las. Ele atribuiu a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso em 2017 a "erosão fiscal do Estado brasileiro".

A minha meta está estabelecida, vou buscar o equilíbrio fiscal. [...] O que eu puder fazer para que esse equilíbrio seja atendido, eu vou fazer.
Fernando Haddad, sobre a meta fiscal

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