Bancada do agro pede anulação de 3 questões do Enem: 'Cunho ideológico'
Do UOL, em São Paulo
06/11/2023 15h33Atualizada em 06/11/2023 18h47
A bancada do agronegócio no Congresso pediu a anulação de três questões do Enem.
O que aconteceu
A Frente Parlamentar do Agronegócio reclama que as perguntas da prova tinham "cunho ideológico". "É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil", disse a bancada.
A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Trecho de nota da Frente Parlamentar do Agronegócio
Bancada pediu também a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, à Câmara e ao Senado. O grupo ainda quer informações sobre a banca organizadora do Enem e as referências usadas para a construção do exame.
Em nota enviada ao UOL, o Inep disse as questões são feitas por professores independentes e que não interfere nesse trabalho. "O processo envolve as etapas de elaboração e revisão pedagógica dos itens, além de validação pelo trabalho de uma comissão assessora. Os itens selecionados para a edição de 2023 passaram pelo fluxo estabelecido nas normativas do BNI (Banco Nacional de Itens)", disse o órgão.
A reportagem também entrou em contato com o Ministério da Educação. Em caso de manifestação, esse texto será atualizado.
Veja as questões que a bancada do agro pede a anulação
O Enem é a principal porta de entrada ao ensino superior no país. Com o resultado da prova, os candidatos podem se inscrever no Prouni, programa de bolsas em universidades particulares, no Fies, mecanismo de financiamento, ou no Sisu, que oferta vagas nas instituições federais.
Mais de 3,9 milhões de pessoas se inscreveram para o exame. Os candidatos responderam no 1º dia 90 questões de linguagens e ciências humanas e produziram uma redação de até 30 linhas.
Depois de três anos de queda no número de inscritos, houve aumento de cerca de 15% em 2023. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Enem passou por tentativas de interferência, turbulências e registrou o menor número de inscritos em 17 anos — 3,4 milhões em 2022.
O segundo dia de exames acontece em 12 de novembro. Os candidatos terão de responder 90 questões de matemática e ciências da natureza. A prova tem início no mesmo horário, mas encerra às 18h30.