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Trump quer de volta: por que o Canal do Panamá é importante para os EUA?

Trump ameaça retomada do Canal do Panamá para administração dos EUA Imagem: Enea Lebrun/REUTERS

Colaboração para o UOL

24/12/2024 05h30

No sábado (21), o presidente eleito Donald Trump ameaçou retomar o controle do Canal do Panamá pelos Estados Unidos em sua rede social Truth Social, acusando o país de cobrar taxas excessivas para a travessia de navios americanos. O presidente panamenho José Raúl Mulino repudiou as falas do republicano e exigiu "respeito".

Importância do Canal do Panamá para os EUA

O Canal do Panamá tem em sua formação um lago artificial que foi concluído pelos Estados Unidos em 1914 e ficou sob controle americano até o acordo de 1977, quando o presidente democrata Jimmy Carter assinou o documento passando a operação para o governo panamenho. Após um período de administração conjunta, o país centro-americano só conseguiu total controle da passagem comercial em 31 de dezembro de 1999.

Cerca de 5% do comércio marítimo global e 40% do tráfego de contêineres dos EUA passam pelo Canal, segundo a Folha de S. Paulo. Ele é uma ligação importante e estratégica entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

O Canal do Panamá é considerado um ativo nacional vital para os EUA, devido ao seu papel crucial para a economia e segurança nacional. Ele foi dado ao Panamá para administração, não para outros países, e certamente não para impor tarifas exorbitantes aos EUA, sua Marinha e suas empresas.
Trump, sobre a importância da hidrovia e a influência da China.

Taxas, operação e China: o que diz Trump?

"As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente sabendo da extraordinária generosidade que foi concedida ao Panamá pelos EUA", escreveu Trump em uma de suas postagens.

Se o Panamá não pode garantir uma "operação segura, eficiente e confiável" do canal, "então exigiremos que nos devolvam o Canal do Panamá em sua totalidade e sem margem para dúvidas", acrescentou.

"Era exclusivamente para que o Panamá o administrasse, não a China ou ninguém mais", disse Trump, com tom de aviso. "Nunca deixaríamos, nem deixaremos que caia nas mãos erradas! Esta completa trapaça contra nosso país cessará imediatamente", completou o republicano.

Panamá exige 'respeito'

"O canal não tem controle direto ou indireto nem da China, nem da Comunidade Europeia, nem dos Estados Unidos ou de qualquer potência. Como panamenho, repudio energicamente qualquer manifestação que distorça esta realidade", reagiu Mulino em um vídeo em sua conta no X, sem mencionar Trump diretamente.

"A soberania e a independência do nosso país não são negociáveis", diz o presidente panamenho, que respondeu às mensagens de Trump exigindo "respeito" com seu país e reiterou que "cada metro quadrado do canal do Panamá e suas zonas adjacentes são do Panamá e continuarão sendo".

Com as falas "Veremos" e "Bem-vindo ao Canal dos Estados Unidos!", Trump respondeu de maneira rápida e provocativa ao presidente panamenho em sua plataforma, Truth Social.

Apesar das ameaças do republicano, Mulino disse esperar ter "uma relação boa e respeitosa" com o futuro governo dos Estados Unidos, com o qual espera continuar abordando temas como a imigração ilegal e o narcotráfico.

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