'Ministro do Supremo não tem lado político', diz Dino em ida ao Senado
Do UOL, em São Paulo e Brasília
29/11/2023 11h01Atualizada em 29/11/2023 12h21
Indicado para uma cadeira no STF, Flávio Dino disse hoje em ida ao Senado que ministros da Corte não têm "partido, ideologia ou lado político".
O que aconteceu
Dino disse que faz parte do mundo político, mas que o deixará caso seja aprovado. "Quem pretende ir ao Supremo, ao vestir a toga, deixa de ter lado político", declarou, acrescentando que tem falado com todos os senadores, independentemente de posicionamento político.
O ministro fez uma rápida visita ao Senado hoje pela manhã para reuniões com o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), e com o senador Weverton Rocha (PDT), relator da indicação de Dino ao STF na Comissão de Constituição de Justiça.
Dino, que já começou o processo de "beija-mão" com senadores, está dando sequência a um plano de abordagem dos parlamentares. Ele foi aconselhado a começar as conversas com aliados e só depois partir para a oposição, segundo apurou UOL.
Paulo Gonet, indicado para assumir a Procuradoria-Geral da República, também se reuniu com Veneziano. Mas não quis falar com a imprensa.
Para um cargo no Judiciário, isso não é relevante, se a pessoa é ideologicamente de um lado ou de outro. Ministro do Supremo não tem partido, ideologia ou lado político
Flávio Dino, sobre indicação para o STF
Preparação para a sabatina
Dino disse que, se obtiver maioria na sabatina, "mudará de roupa". "No momento em que o presidente da República faz a indicação, evidentemente, mudo a roupa que visto. Essa roupa de hoje é em busca do apoio do Senado, a roupa que vou vestir se merecer a aprovação é a roupa que vestirei sempre, que independe de governo ou oposição".
A sabatina de Dino no Senado foi marcada para o dia 13 de dezembro.
Ele terá de responder sobre violência, "dama do tráfico" e atos de 8 de janeiro. Senadores ouvidos pelo UOL afirmam que as estratégias ainda serão discutidas, mas já estão no radar perguntas polêmicas. Os temas são: a trajetória política de Dino na esquerda, além da atuação dele à frente da pasta nos ataques golpistas de 8 de janeiro, no combate a violência e na ida da "dama do tráfico" ao ministério.