Lula diz que respeita 'não' de Macron, mas que lutará pelo acordo com UE
Do UOL em Brasília e colaboração para o UOL em São Paulo
04/12/2023 13h35Atualizada em 04/12/2023 16h10
O presidente Lula (PT) disse "respeitar" a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de se opor ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, mas reiterou que lutará "até o fim" para que a parceria entre os blocos seja concretizada.
O que aconteceu
O francês, com quem Lula tem bom relacionamento, tem sido a principal liderança europeia a questionar publicamente o acordo, dada a pressão interna, em especial no setor de agricultura da França. Em compromisso na Alemanha, Lula disse que a posição não é novidade e já a ouviu de presidentes do país.
Conversei com Macron e quero alertar que não é apenas o Macron. Nenhum presidente francês se propôs a fazer acordo com o Mercosul, porque têm problemas políticos e financeiros com os produtores franceses. Nós respeitamos a posição dele, o que não posso dizer, ainda, é que não vai assinar o acordo. Lula
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O presidente brasileiro está em Berlim para a assinatura de acordos bilaterais com o governo alemão. Em entrevista junto ao chanceler alemão Olaf Scholz, ele disse que seguirá os esforços para que o acordo seja assinado, mas não garantiu que ocorrerá durante o encontro do Mercosul no Rio de Janeiro na próxima quinta (7).
"Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer, porque depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo é porque eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos", disse Lula.
Ao lado de Scholz, ele brincou que iria recorrer ao alemão para convencer Macron e conversar com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei. O ultradireitista tem posições contrárias ao Mercosul, mas, como sua posse é no domingo (10), quem participará do encontro será o atual presidente Alberto Fernández, favorável à proposta.
Sou um homem muito crente, que não desisto, não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o 'não' de todos, aí vamos partir para outra. Lula