OPINIÃO
Tales: CPI contra Padre Júlio faz bondade virar crime e criminosos, algozes
Colaboração para o UOL, em São Paulo
03/01/2024 12h58
A possível abertura de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo para investigar a atuação do padre Júlio Lancellotti significaria uma inversão de valores ao fazer da bondade um crime, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (3).
Daqui a pouco farão CPI contra quem não matar bandido. O padre Júlio lembra muito dom Hélder Câmara, uma figura que resistiu durante a ditadura sempre em defesa dos pobres. O padre Júlio é um herói e não pode ser tratado dessa maneira. O que está se fazendo é a bondade se tornar crime e os criminosos, algozes. É uma inversão completa de valores. Espero que essa CPI não ande para a frente. Tales Faria, colunista do UOL
A CPI das ONGs terá como pano de fundo a eleição para a prefeitura da capital. O motivo é a proximidade entre padre Júlio e o pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL). O autor da proposta da CPI é o vereador Rubinho Nunes, do União Brasil, partido que apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) e ainda tem Kim Kataguiri, filiado à sigla, como pré-candidato.
Expectativa é instalar a CPI em fevereiro. O principal alvo da comissão é a atuação do padre Júlio na região da "cracolândia", no centro de São Paulo, e a relação dele com entidades assistencias. Ao criticar a proposta da comissão, Tales ressaltou que o padre "faz o que os políticos deveriam fazer".
Essa gente continua usando esses símbolos para impedir que haja uma maior distribuição de renda no país e na humanidade. Isso é gente que quer que os pobres sejam mortos junto com os bandidos. Já que 'bandido bom é bandido morto', por eles, morreriam todos os pobres. Tales Faria, colunista do UOL
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