8/1: Operação Lesa Pátria não tem data para acabar, diz Cappelli
Colaboração para o UOL, em São Paulo
08/01/2024 13h18
Iniciada há um ano, a Operação Lesa Pátria não tem data para acabar enquanto buscar todos os envolvidos dos atos golpistas do 8/1, disse o secretário-executivo do ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, em entrevista ao UOL News da manhã de hoje (8).
A PF fez uma operação contra financiadores do 8/1 nesta segunda, dia em que os ataques completam um ano.
Foram momentos muito difíceis, mas creio que o resultado final foi muito importante, porque conseguimos desmontar o acampamento no dia seguinte [aos atos golpistas] sem nenhum incidente e esse era o nosso objetivo central: depois daqueles atos inaceitáveis, era acabar de vez com essa história de acampamento golpista em frente aos quartéis-generais do Exército.
A missão foi cumprida: desmontar o acampamento sem nenhum incidente. Isso não é pouca coisa, porque se tivéssemos um cadáver na manhã do dia 9, poderia desencadear uma série de outros eventos. Ter feito isso com a máxima tranquilidade foi muito positivo.
Se alguém fugiu ou saiu, a Operação Lesa Pátria não tem data para acabar e vai buscar todos os envolvidos naquele ato contra a democracia no país.
O que aconteceu
A PF cumpre um mandado de prisão preventiva e 46 mandados de busca e apreensão. A maioria é suspeita de financiar acampamentos e ônibus para o 8/1. Os valores dos danos causados ao patrimônio público podem chegar a R$ 40 milhões.
Foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados.
Deputados do PT dizem que a PF fará operações contra nomes de peso a partir deste mês. A maioria dos presos até agora são pessoas que invadiram os prédios do Planalto, Congresso e STF.
Os próximos alvos seriam financiadores, mentores e militares. Até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve estar entre os alvos, avalia a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann.
Veja os mandados expedidos por estado
Prisão preventiva:
- Bahia: 1
Busca e apreensão:
- Bahia: 2
- Distrito Federal: 5
- Goiás: 2
- Maranhão: 4
- Minas Gerais: 2
- Mato Grosso: 10
- Paraná: 1
- Rondônia: 1
- Rio Grande do Sul: 13
- Santa Catarina: 2
- São Paulo: 1
- Tocantins: 3
Só um financiador do 8/1 foi denunciado
Em um ano, 1.413 pessoas foram denunciadas ao STF pelos atos de 8 de janeiro. Do grupo, 248 participaram da invasão da Praça dos Três Poderes e 1.156 estavam no acampamento dos manifestantes, em Brasília. Também foram acusados 8 policiais militares do DF e um financiador.
O único denunciado como financiador é o empresário Pedro Luis Kurunczi, de Londrina (PR). Segundo a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), ele fretou quatro ônibus ao custo de R$ 59,3 mil para levar 108 bolsonaristas à capital federal.
Dezenas de outros fretadores já foram identificados. Ainda em janeiro, dias após os atos, a AGU processou 52 pessoas e 7 empresas que financiaram transporte para Brasília. Elas são alvos de um pedido de indenização por dano moral coletivo, mas Kurunczi é o único que responde na esfera criminal.
Mais financiadores são investigados. No grupo, há suspeitos de organizar vaquinhas para o acampamento em Brasília ou de fornecer água, comida, banheiro químico e trio elétrico para os manifestantes, mas até o momento nenhum foi acusado.
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