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Sob Ramagem, Abin agiu para ajudar Jair Renan e Flávio Bolsonaro, diz PF

Delegado Alexandre Ramagem Rodrigues Imagem: Foto: Agência Senado

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

25/01/2024 14h43Atualizada em 25/01/2024 16h05

A Polícia Federal aponta que a Abin foi usada, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), para beneficiar Jair Renan e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filhos do ex-presidente.

O que aconteceu

A PF afirma que a Abin tentou produzir uma prova a favor de Jair Renan e fez relatórios para a defesa de Flávio. As informações estão no relatório que embasou uma operação hoje (25) contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor da Abin no governo Bolsonaro.

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A ajuda a Flávio está ligada ao chamado caso das rachadinhas. Segundo a investigação, um policial federal que estava cedido à Abin produziu pelo menos dois relatórios de inteligência para dar suporte à defesa do senador.

O caso de Jair Renan tem relação com um suposto caso de lobby. O filho do presidente era investigado por supostamente usar sua influência no governo federal em favor de uma empresa de mineração. A Abin teria agido para produzir provas que beneficiariam o filho do presidente.

Ramagem é investigado por suspeita de espionar autoridades. Durante a gestão dele na Abin, de julho de 2019 a julho de 2022, o órgão incentivou e encobriu o uso ilegal de um software espião, chamado First Mile, segundo a PF.

Flávio Bolsonaro nega ter sido ajudado e afirma que há "tentativa de criar falsas narrativas". O UOL busca contato com as defesas de Ramagem e Jair Renan.

Subordinado de Ramagem monitorou personal de Jair Renan

Um agente de confiança de Ramagem teria espionado Allan Lucena, personal trainer de Jair Renan. O policial federal Luiz Felipe Barros Félix, que trabalhava no gabinete de Ramagem na Abin, foi flagrado filmando Lucena sem justificativa legal.

Segundo o Ministério Público Federal, Félix tentou livrar Jair Renan de investigações em andamento. O objetivo do agente, segundo o MPF, era produzir uma prova de que Lucena era dono do carro elétrico que, segundo as investigações, teria sido dado ao filho de Bolsonaro.

O inquérito contra Jair Renan, aberto em 2021, investigava suposto tráfico de influência. A investigação foi encerrada em agosto de 2022 sem apontar crimes contra o filho do então presidente.

Abin teria tentado atrapalhar processo contra Flávio

Um policial federal cedido à Abin, Marcelo Bormevet, produziu dois relatórios para ajudar Flávio Bolsonaro. Segundo a investigação, esses documentos orientavam a defesa do senador no caso das rachadinhas, que apurava desvios de salários no gabinete quando ele era deputado estadual.

O objetivo dos relatórios seria apontar irregularidades na Receita Federal. Como as informações que apontavam rachadinha no gabinete de Flávio partiram da Receita, a defesa do senador alegava que o órgão fez uma busca ilegal nos dados fiscais dele.

Bormevet era chefe do CIN (Centro de Inteligência Nacional) da Abin. A PF aponta que esse setor, ao lado do DOINT (Departamento de Operações de Inteligência), estava envolvido nas supostas espionagens ilegais comandadas por Ramagem.

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