Flávio nega favorecimento da Abin: 'Tentativa de criar falsas narrativas'
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nega que tenha sido favorecido pela atuação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O que aconteceu
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse há "tentativa de criar falsas narrativas". "É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo", afirmou o senador, em nota.
Agência é suspeita de ter monitorado adversários de filhos de Bolsonaro. Entre os beneficiados estariam Flávio e Jair Renan, o filho mais novo do ex-presidente.
Flávio defendeu a punição de envolvidos no suposto esquema, em entrevista à GloboNews. "Se algumas pessoas, por ventura, estivessem usando suas funções, instrumentos que tinham na Abin para fazer algo que não fosse dentro da regularidade, têm que ser investigadas e punidas na medida de suas responsabilidades".
O senador também disse que ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro são "os maiores interessados em que essa investigação seja aprofundada".
PF apura uso ilegal de programa espião
A PF cumpre hoje mandados de buscas e apreensão contra o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. Atualmente ele é deputado federal. Outros ex-integrantes da sua gestão no governo Bolsonaro também são alvos da corporação.
Buscas são realizadas no gabinete de Ramagem na Câmara. Endereços residenciais dele, assim como outros locais, também estão entre os alvos.
Ao todo, são cumpridos 21 mandados, além de medidas cautelares diversas de prisão. Sete agentes da PF também tiveram pedido de suspensão imediata de funções públicas. As buscas acontecem em Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro.
Sistema foi usado sem autorização judicial, diz a PF
Programa consegue dar a localização aproximada de celular de um investigado. Esse software se chama FirstMile. Segundo as investigações da PF, ele teria sido usado, sem autorização judicial, nos três primeiros anos do governo Bolsonaro para monitorar jornalistas e adversários políticos.
Sistema também permite criar histórico de deslocamentos e criação de alertas em tempo real. O recurso pode ser utilizado para monitorar, ao mesmo tempo, alvos que estão em diferentes endereços. Em um ano, é possível rastrear até 10 mil pessoas.
O software foi comprado por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte. A compra foi feita com dispensa de licitação em 2018, no final do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
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