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Inteligência pela soberania nacional: o que é a Abin e como o órgão atua

Fachada da Abin; órgão de inteligência tem o objetivo de proteger a soberania nacional Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Gabriel Dias

Colaboração para o UOL*

29/01/2024 09h04

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) é alvo da Polícia Federal. A PF cumpre mandados de busca e apreensão contra pessoas que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar adversários políticos.

O que é a Abin?

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) é um órgão da Presidência da República responsável pelo serviço de inteligência do país. Foi criada em 1999 para ser o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Está vinculada à Casa Civil.

Seu objetivo é dar informações estratégicas e confiáveis ao Executivo Federal, relativas à segurança do Estado, da sociedade brasileira, à defesa externa, às relações exteriores.

Tudo isso para evitar possíveis ameaças e agir nos seguintes campos:

  • Proteção das fronteiras nacionais;
  • Segurança de infraestruturas críticas;
  • Antiespionagem;
  • Terrorismo;
  • Proliferação de armas de destruição em massa;
  • Políticas estabelecidas com outros países ou regiões;
  • Segurança das informações e das comunicações;
  • Defesa do meio ambiente;
  • Proteção de conhecimentos sensíveis produzidos por entes públicos ou privados.

Profissionais de inteligência produzem conhecimentos estratégicos por meio da análise de fatos, eventos ou situações que permitam identificar ameaças. É o único órgão nacional com o objetivo de executar atividades de inteligência de Estado para tomadas de decisão em nível nacional. A Abin busca preservar a soberania nacional e defender o Estado Democrático de Direito

A agência é fiscalizada por controle externo, exercido pelo Congresso Nacional, que possui uma comissão mista de senadores e deputados para isso: a CCAI (Comissão Mista de Controle da Atividade de Inteligência).

O que aconteceu

Os investigadores suspeitam que Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, utilizou da estrutura da agência para tentar fazer provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.

A Abin teria sido instrumentalizada para monitoramento da promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco. Em decisão que autorizou buscas contra Ramagem, o ministro Alexandre de Moraes classificou a postura do ex-diretor da Abin como de "natureza gravíssima".

* Com reportagem publicada em 7/12/2022

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