Irmã processa Thereza Collor: quem é quem em briga por herança bilionária
A empresária alagoana Lourdinha Lyra está processando a irmã, Thereza Collor, em mais um capítulo da briga familiar por uma herança bilionária deixada por João Lyra —ex-deputado federal mais rico do país— que morreu aos 90 anos, em consequência da covid-19 em agosto de 2021.
Segundo o colunista do UOL Carlos Madeiro, quatro irmãos já pediram na Justiça a retirada de Lourdinha da função de inventariante do pai. Atualmente, a confusão envolve cinco dos seis filhos de Lyra. Confira quem é quem nessa história:
O pai
João Lyra
Natural do Recife, João José Pereira de Lyra era formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da UFAL (Universidade Federal de Alagoas).
Ele foi deputado nas legislaturas de 2003-2007 e de 2011-2015. Na última vez em que passou pela Câmara estava filiado ao PSD e se destacava porque era o parlamentar mais rico do país, com patrimônio declarado em 2010 de R$ 240 milhões.
Lyra também foi senador pelo PDS entre 1989 e 1991. Em 2006, foi candidato ao governo de Alagoas, mas acabou derrotado por Teotonio Vilela (PSDB).
Além da carreira política, Lyra foi presidente do Grupo João Lyra —ele chegou a ser dono de cinco usinas em Alagoas e Minas Gerais. Em 2014, porém, o império do então deputado federal mais rico do país ruiu. O grupo industrial —marca do poder do político e usineiro em Alagoas— teve falência decretada, dando origem a um processo judicial de 104 mil páginas.
Os filhos
Lourdinha Lyra
Maria de Lourdes Lyra, a Lourdinha Lyra, é uma figura conhecida em Maceió. Por oito anos, foi vice-prefeita da cidade na gestão Cícero Almeida (2005-2012).
Indicada pelo pai —mentor político e financeiro das eleições de Almeida—, Lourdinha teve um mandato de ruídos: rompeu com Cícero ainda no primeiro ano do primeiro mandato ao fazer acusações contra ele. Apesar disso, foi mantida como vice na disputa a sua reeleição.
Após o mandato, Lourdinha deixou a política e voltou as suas atividades empresariais. Pouco depois, o grupo empresarial do pai entrou com pedido de recuperação judicial e teve a falência decretada pela Justiça.
Já após a morte do pai, ela foi designada como inventariante e ingressou como parte no processo da massa falida da Laginha Agro Industrial S/A —um conjunto de usinas em Alagoas e Minas Gerais e a empresa mais valiosa do antigo grupo João Lyra. Em 2017, estava avaliada em 1,9 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões em valores atuais).
Thereza Collor
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Quero receberPapel no impeachment de Collor. Empresária, historiadora, fotógrafa e colecionadora de arte, Thereza Collor ficou conhecida por se tornar um dos personagens que culminaram no processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, irmão do seu então marido, Pedro Collor.
Seu sobrenome ainda hoje a associa ao ex-presidente que teve os direitos políticos cassados em meio a um escândalo de corrupção. O "Lyra", que também integra seus sobrenomes, representa a antiga oligarquia nordestina de João Lyra.
Em 1994, ela ficou viúva após Pedro Collor não resistir a um tumor agressivo na cabeça. Atualmente, ela é casada com o empresário Gustavo Halbreich.
Por que ainda assina Collor? Em entrevista ao UOL em 2018, Thereza disse que, embora use o sobrenome do primeiro marido e dos filhos frutos da relação, não tem "relação alguma" com Fernando Collor. Ela explicou o motivo, então, ainda assina desta maneira.
Porque tenho dois filhos com Pedro, de quem fiquei viúva após 14 anos de casada e com quem eu havia me casado muito menina. Depois de tudo que passei com ele, forjou mais ainda essa identidade com 'Collor'. Já viúva, ainda tentei assinar 'Thereza Lyra', mas ninguém se identificava comigo --são 14 anos!. [?] E depois de uma aparição maciça de mídia, é impossível trocar um nome que ficou muito marcado.
Thereza Collor
Os outros três irmãos envolvidos no imbróglio são Guilherme Lyra, Antônio Lyra e Ricardo Lyra.
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