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Bolsonaro interrompe general Heleno 'para não vazar' ação da Abin

Do UOL, em Brasília

09/02/2024 13h17Atualizada em 10/02/2024 02h23

Na reunião de 5 de julho de 2022 entre Jair Bolsonaro (PL) e os ministros de seu governo, cujo vídeo se tornou público hoje por decisão de Alexandre de Moraes, o ex-ministro general Augusto Heleno mencionou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) faria uma "infiltração" nas campanhas eleitorais de 2022.

O que aconteceu

General Heleno começou a falar e foi interrompido por Bolsonaro, que argumentou que a informação poderia "vazar". O então presidente pediu para que o assunto fosse tratado de forma reservada, e não na conversa que estava sendo gravada.

"General, peço para que não fale, não prossiga na sua observação", disse Bolsonaro. "Se a gente começa a falar para não vazar, vai vazar."

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A gente conversa em particular, na nossa sala, sobre esse assunto, o que porventura a Abin está fazendo.
Jair Bolsonaro, em reunião ministerial

Segundo Heleno, a Abin teria como missão "acompanhar o que os dois lados estão fazendo". Portanto, a agência do governo federal seria usada contra a campanha do então candidato Lula, principal adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022.

O general se mostrou receoso com o risco de um vazamento da ação. Na conversa, o então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) diz que havia conversado com "Victor, da Abin", em uma referência a Victor Felismino Carneiro, então diretor da agência.

Nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é se vazar qualquer coisa. Muita gente se conhece nesse meio e se houver qualquer acusação e infiltração desses elementos da Abin em qualquer dos lados
General Augusto Heleno, em reunião ministerial

"Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições", acrescentou o general. Ele prossegue afirmando que é preciso uma ação do governo antes de outubro.

Acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. Vai chegar um ponto em que não vamos poder mais falar, vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e determinadas pessoas, isso para mim é muito claro
General Augusto Heleno, em reunião ministerial

A reunião ocorreu em 5 de julho de 2022, cerca de três meses antes do pleito. As imagens foram tornadas públicas por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, e o conteúdo do encontro embasou a operação que atingiu o núcleo duro bolsonarista ontem (8).

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