Audiência de custódia mantém Valdemar e assessores de Bolsonaro presos

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, passou por audiência de custódia hoje e segue preso. Quatro assessores de Jair Bolsonaro também continuam na cadeia. A lista inclui Filipe Martins, responsável por fazer mudanças na minuta golpista, segundo as investigações da PF.

O que aconteceu

Eles passaram por audiência de custódia na tarde de hoje. O procedimento serve para verificar se a prisão ocorreu de forma legal. Em todos os casos, ficou entendido que sim e que eles devem permanecer presos.

O advogado do presidente do PL, Marcelo Bessa, saiu da PF em Brasília sem dar entrevistas. Minutos depois, enviou mensagem dizendo que não ia se manifestar por enquanto. "Desculpe, por ora não vou falar com a imprensa."

Bessa vai entrar com um pedido de liberdade no STF (Supremo Tribunal Federal). A análise caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que é o responsável por esse inquérito.

Filipe Martins está na superintendência da Polícia Federal no Paraná. Ele é apontado como integrante do grupo bolsonarista que tentou promover um golpe de Estado no Brasil.

O assessor foi detido ontem em Ponta Grossa (PR). Martins passou por audiência de custódia na tarde de hoje. Ele foi preso preventivamente, então não se sabe por quanto tempo vai ficar na PF.

De acordo com a investigação, o assessor teria redigido a minuta que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O documento teria sido elaborado sob supervisão de Jair Bolsonaro e submetido aos chefes das Forças Armadas.

A defesa de Martins reclamou da manutenção da prisão. João Manssur considera a "prisão ilegal" e diz que não há motivos para o cliente continuar detido.

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Apesar de estar submetido a uma prisão ilegal, desprovida dos requisitos básicos para a imposição da prisão preventiva, e após uma audiência de custódia realizada em desconformidade com os prazos estabelecidos pela legislação, o sr. Filipe Garcia Martins Pereira continua privado de sua liberdade.
João Manssur, defensor de Filipe Martins

Pepita de ouro encontrada no apartamento de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL
Pepita de ouro encontrada no apartamento de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL Imagem: Reprodução/X/Fabio Wajngarten

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Noite na cadeia

Valdemar passou a noite na superintendência da PF em Brasília. Hoje, teve sua audiência de custódia por videoconferência. Seu advogado deixou o local sozinho e não falou com a imprensa. Valdemar foi preso porque os agentes encontraram uma arma em nome do filho dele e que está com o registro vencido.

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, também foi encontrada uma pepita de ouro. Ela pesa 39,18 gramas e tem 95,26% de grau de pureza.

Perícia preliminar apontou que a origem é um garimpo. O ouro está avaliado em cerca de R$ 12 mil. A defesa alegou que a pepita era uma relíquia guardada havia anos pelo presidente do PL.

A superintendência da PF é um local de prisão temporária. O suspeito fica no local até que seja definido se será solto ou encaminhado para o sistema prisional.

O advogado de Valdemar disse que não houve fato relevante para a prisão. Por meio de nota, ele alegou que "a pedra [de ouro] apreendida tem baixo valor e não configura delito".

Valdemar foi condenado no processo do mensalão. Em 2013, a Justiça determinou prisão de sete anos e dois meses. O presidente do PL recebeu perdão depois de cumprir três anos.

Os outros presos

A operação contra o grupo que teria tramado golpe resultou na prisão de mais três pessoas. Todas as decisões partiram do ministro Alexandre de Moraes. Os detentos são os seguintes:

Coronel Bernardo Romão Correia Neto, por promover uma reunião para aliciar militares para o golpe;

Coronel Marcelo Costa Câmara, estaria monitorando Moraes para prendê-lo quando o golpe fosse realizado;

Major Rafael Martins de Oliveira, organizou manifestações pedindo intervenção militar;

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Uma versão anterior deste texto informava incorretamente que foi a Justiça que manteve os suspeitos presos. O erro havia sido destacado na home-page do UOL. A informação foi corrigida.

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