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Quem são os empresários presos pela PF durante Operação Lesa Pátria

Rafael Neves e Laila Nery

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em São Paulo

29/02/2024 11h18Atualizada em 29/02/2024 12h14

A PF prendeu hoje (29) três empresários em mais uma fase da Operação Lesa Pátria. Dois deles são sócios da rede de supermercados Melhor Atacadista, em Goiás: Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita. Eles negam terem financiado os atos golpistas.

Joveci Xavier: 8/1 foi 'estupidez' e voto em Lula

Joveci Xavier de Andrade negou ter pagado pelo 8/1. Em abril do ano passado, ele prestou depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, conduzida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Admitiu que visitava o acampamento em Brasília, mas negou financiamento.

Chamou de "estupidez muito grande" a invasão à sede dos Três Poderes. Ele também defendeu que quem tivesse destruído patrimônio público fosse responsabilizado. Ele ainda afirmou que chegou "próximo à rampa" que dá acesso ao Palácio do Planalto, mas negou que tenha participado da depredação.

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Fui naquela euforia. Confesso que eu não deveria ter ido. Deu muito errado. Eu jamais imaginava aquilo. Em qual país isso deu certo? Destruir o Congresso, Supremo, isso só ia aumentar a nossa conta. Destrói tudo agora e volta o Bolsonaro? É de uma estupidez muito grande.
Joveci Xavier de Andrade, na CPI do DF sobre o 8/1

Voto em Lula em outra ocasião e defesa da democracia. Ao confirmar a visita ao acampamento, o empresário afirmou torcer por um bom governo para Lula e já ter votado nele em outra ocasião. "Acredito na nossa democracia e na divergência de pensamentos. Sou um democrata. Eu torço pelo presidente Lula, que foi eleito democraticamente e jamais torceria contra, não quero que o país quebre. O trabalhador é quem compra na minha loja. Vi gente se posicionando contra o governo e o trabalhador, sou contra isso. Já até votei nele em outra ocasião. Mas tenho o direito de protestar."

O outro preso é Adauto Lúcio de Mesquita. Em maio do ano passado, ele divergiu do sócio Joveci e confirmou ter ajudado a "pechinchar" o aluguel do trio elétrico. Mas disse que fez apenas três doações quando esteve no acampamento, duas de R$ 100 e uma de R$ 1.000.

Eles estavam negociando e eu falei para fazer um preço melhor. Sou o comprador na minha empresa, sei pechinchar. Tenho habilidade para negociar. Não paguei um centavo.
Adauto Lúcio de Mesquita, na CPI do DF sobre o 8/1

CPI do DF diz que eles mentiram nos depoimentos. Os pagamentos pelo trio elétrico e tendas usadas no acampamento dos manifestantes bolsonaristas em Brasília foram comprovados por quebras de sigilo bancário.

Relatório da comissão aponta que eles "confirmaram a presença no acampamento estabelecido em frente ao Quartel-General do Exército, no entanto, negaram ter realizado contratações de carros de som ou tendas".

Os empresários foram indiciados por incitação ao crime em duas CPIs. Além da comissão da Câmara Legislativa do DF, a CPMI do 8 de Janeiro, no Congresso, também incriminou a dupla.

Já Diogo Arthur Galvão foi preso em São Paulo. Ativista de Campinas, Galvão trabalha em uma empresa da família, no ramo de madeiras. Ele apareceu no vídeo de convocação e transmitiu ao vivo a manifestação em Brasília, publicando fotos de dentro dos prédios invadidos.

O que foi a operação de hoje

Prisões ocorreram no Distrito Federal e em São Paulo. Joveci e Adauto foram presos na capital federal. Diogo Arthur Galvão foi detido em SP.

Ordem para colocar tornozeleira eletrônica em sete suspeitos. Ao todo, são 34 mandados judiciais na 25ª fase da Lesa Pátria: 24 de busca e apreensão, sete de monitoramento eletrônico, além das três prisões. A operação também atua em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo.

Alvos são investigados por suspeita de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, segundo a PF. E também por crimes como golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, de acordo com a PF.

A Justiça também determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Não há detalhes sobre a cifra bloqueada.

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