Tales Faria

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Para Valdemar, cadeia é prejuízo menor do que perder o comando do PL

Para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a cadeia seria um prejuízo menor do que perder o comando do partido, afirmou o colunista Tales Faria em bate-papo com José Roberto de Toledo no Análise da Notícia desta quarta-feira (27).

O Valdemar conseguiu colocar o partido dele nesse golpe de Estado. A sorte do Valdemar é que a legislação, ela individualiza. A sorte ou o azar? Por quê? A sorte do PL, digamos, porque ela não acusa o partido de tentativa de golpe de Estado.

Ela não vai acusar. É muito pouco provável que haja esse tipo de acusação. Haveria em condições super específicas, segundo me disseram alguns juristas, entre eles o nosso Wálter Maierovitch. Então, o partido enquanto instituição não é acusado, é acusado o Valdemar, são acusadas as pessoas que se envolveram.
Tales Faria, colunista do UOL

Segundo Tales, a principal acusação contra Valdemar tem relação com os laudos falsos apresentados por ele dizendo que as urnas foram fraudadas.

Ele apresentou laudos falsos de que 200 mil urnas foram fraudadas. Entrou com recurso contra o resultado da eleição, com base nisso. E aí, descobriram que eram fakes e ele foi processado. O Alexandre de Moraes aplicou uma multa pequena de R$ 22 milhões.

E ele ficou em pânico ali, porque o que dói para o Valdemar mesmo é o bolso. Por que vale a pena ser presidente de partido no Brasil hoje em dia? É botar dinheiro no bolso. Você pega dinheiro no Brasil público, fundo partidário, fundo eleitoral e bota no bolso. E você é super poderoso porque você decide para quem o partido vai distribuir a parte que lhe cabe. E o Valdemar está nesse jogo há séculos.

O Valdemar é tão apegado a isso que ele chegou a ser preso no mensalão. Ele foi condenado em 2013 a sete anos de prisão. Foi preso em 2013. Em 2014, pegou uma domiciliar. Em 2015, teve um indulto, foi no governo Dilma. Teve um indulto porque o PL era da base do governo, e a Dilma estava fraca, estava sofrendo um tremendo ataque do Congresso e deu no que deu. E aí ele saiu. Saiu, mas ele naquela época continuou preso com o controle do partido.

Tales ressaltou que os bolsonaristas estão armando para tirar Valdemar da presidência do PL.

O que agora muda? O que agora muda é o seguinte. Antes disso tudo, Bolsonaro já estava querendo tomar o PL do Valdemar. Então já estavam os bolsonaristas armando para tomar o PL do Valdemar e tinha até um candidato, senador Rogério Marinho, líder do PL no Sendo. É o homem que o PL, que os bolsonaristas, queriam colocar como presidente do PL.

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Então o Rogério Marinho já estava articulando Bolsonaro, os bolsonaristas, para colocar o Rogério Marinho como presidente do PL. O Valdemar não aceita isso de jeito nenhum. Mas aí o que ocorre? Ocorre esse ataque agora ao Valdemar.

Os bolsonaristas estão agora, nos bastidores, trabalhando para que essas acusações contra o Valdemar pesem para que ele renuncie, para que ele entregue o cargo, para que ele desista da presidência, se licencie da presidência. E aí, nesse meio tempo, eles tomam o partido. O Valdemar tem resistido, tem dito que não, que não vai aceitar.
Tales Faria, colunista do UOL

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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