Continência militar não é às pessoas, diz ex-chefe da FAB a Ciro Nogueira
Do UOL, em São Paulo
18/03/2024 21h28Atualizada em 19/03/2024 07h55
O tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica no governo Bolsonaro, rebateu, nesta segunda-feira (18), o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Mais cedo, o ex-ministro da Casa Civil defendeu Jair Bolsonaro após a divulgação de depoimentos sobre o suposto plano de golpe.
O que aconteceu
Baptista Júnior escreveu no X que Ciro tenta apoio para as eleições de 2026. "O senador Ciro Nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a lei brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas", destacou.
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Mais cedo, na mesma rede social, o senador questionou: "É possível acreditar em quem bateria continência para o vencedor com a mesma firmeza com que bate em retirada do derrotado?"
O ex-comandante da FAB (Força Aérea Brasileira) também disse que "não há vergonha em se cumprir a lei". "Independente dos governos de turno, que há muito se merecem e se retroalimentam. A honra está na alma e nos exemplos, não no terno, na farda ou no pijama. Se é este o exemplo de um presidente de partido, pouca esperança resta na política", acrescentou.
Ciro Nogueira havia atacado o ex-comandante do Exército Freire Gomes, que, em depoimento à PF (Polícia Federal), disse ter se oposto ao suposto golpe apresentado por Bolsonaro. O senador também fez críticas a Baptista Júnior, que igualmente rechaçou o golpe e, em depoimento, revelou que Freire Gomes teria ameaçado prender o ex-presidente.
Nogueira acusou Freire Gomes de prevaricar por não denunciar Bolsonaro e chamou o militar de "criminoso inconteste". "Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o 'golpe' ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido", declarou o senador.
Entenda o caso
Minuta golpista. Freire Gomes disse à PF que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a mesma versão que foi apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em reunião em dezembro de 2022.
Prisão de Bolsonaro. Baptista Júnior afirmou que o ex-comandante do Exército chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado.
'Cagão'. Freire Gomes chegou a ser chamado de "cagão" pelo ex-ministro Braga Netto e pelo major reformado Ailton Moraes Barros por ter recusado o suposto plano golpista. Em depoimento, o general disse ter sofrido "ameaças e pressões" por não embarcar na trama.