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Bolsonaro minimiza ida à embaixada húngara: 'Boas relações internacionais'

Ana Luiza Cardoso

Do UOL, em São Paulo

25/03/2024 16h38Atualizada em 25/03/2024 17h04

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que frequenta embaixadas de vários países para manter "boas relações internacionais".

O que aconteceu

Declaração foi feita poucas horas após imagens do político em embaixada da Hungria serem publicadas pelo jornal "The New York Times". Bolsonaro participa de evento do PL (Partido Liberal), em São Paulo, para filiação de Sonaira Fernandes, secretária estadual de Políticas Públicas. Evento também conta com a participação de Michelle Bolsonaro.

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"Temos boas relações internacionais, como até hoje eu mantenho relação com alguns chefes de Estado pelo mundo, é algo bastante saudável", disse.

Muitas vezes esses chefes de Estado ligam para mim, para que eu possa prestar informações precisas do que acontece em nosso Brasil. Frequento embaixadas também aqui pelo nosso Brasil, converso com os embaixadores
Jair Bolsonaro, em evento do PL

A defesa do ex-presidente já havia confirmado estadia "para manter contatos com autoridades do país amigo". "Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações", diz a nota.

Bolsonaro foi à embaixada após entregar passaporte

Bolsonaro foi para embaixada húngara quatro dias após entregar passaporte à PF. Ele teria chegado ao local na noite de 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, acompanhado de dois seguranças, conforme o "NYT".

O ex-presidente foi recebido pelo embaixador. Imagens de câmeras de segurança mostram o presidente encontrando o embaixador Miklos Tamás Halmai.

Funcionários de embaixada foram orientados a não trabalharem presencialmente. No dia 14 de fevereiro, os funcionários que deveriam voltar ao prédio no dia seguinte ao feriado de Carnaval, foram orientados a passar o resto da semana trabalhando de casa. De acordo com a reportagem do NYT, ninguém foi informado sobre o motivo da orientação.

Plano para abrigar Bolsonaro

Equipe da embaixada tinha o plano de abrigar o ex-presidente. Ainda conforme o jornal norte-americano, uma fonte em condição de anonimato afirmou que situação dava indícios de "asilo político". Caso um pedido de prisão fosse feito contra Bolsonaro, ele não poderia ser preso dentro da embaixada, onde há inviolabilidade diplomática.

Governo de extrema-direita. A Hungria é comandada pelo primeiro-ministro Viktor Orban, político de extrema direita, que já foi chamado de "irmão" pelo presidente.

Orban publicou mensagem de apoio a Bolsonaro após apreensão de passaporte. Em 8 de fevereiro o primeiro-ministro húngaro publicou uma foto com Bolsonaro na rede social X. "Um verdadeiro patriota. Continue lutando, presidente", escreveu.

Bolsonaro e outras 19 pessoas ligadas a ele entregaram o documento à PF em 8 de fevereiro. A entrega foi feita por medida cautelar referente à operação que investiga o grupo que tentou dar um golpe Estado após as eleições.

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