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Joice diz que chamou Waack ao Itamaraty, mas filhos de Bolsonaro impediram

Do UOL, em São Paulo

23/05/2024 11h46

A ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos) disse que convidou o jornalista William Waack para ser ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro e ele aceitou. Segundo ela, o plano acabou não se concretizando por influência dos filhos do então presidente, e Ernesto Araújo assumiu a pasta.

O que aconteceu

Joice disse que filhos de Bolsonaro 'atravessaram' negociação. Em entrevista ao programa "Alt Tabet", do Canal UOL, a ex-parlamentar, que era uma das principais auxiliares de Bolsonaro, disse que evitava estar no mesmo local que os filhos dele. "Ou eram os filhos, ou era eu. Eu não me misturava com aqueles patetas", disse.

Eu convidei o William Waack para ser o ministro das Relações Exteriores. Ele topou. Quando ele estava se organizando para ir para a Brasília, eles [filhos de Bolsonaro] atravessaram aquele imbecil do Ernesto Araújo. Joice Hasselmann, ao Alt Tabet

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Outro lado: a reportagem procurou Waack, via assessoria da CNN Brasil, onde ele trabalha, e aguarda um posicionamento. À época do fato narrado por Joice, o jornalista ainda não fazia parte da emissora e também já havia deixado a Globo.

Segundo Joice, houve interferência dos filhos na escolha do ministro da Educação. "O Carlos [Bolsonaro] eu vi uma vez na vida, quando fui na casa do Bolsonaro, no Rio de Janeiro, levar a Viviane Senna, que era minha indicada para ser ministra da Educação. E aí o que eles [filhos] fizeram? Atravessaram aquele idiota do Vélez, sendo que a gente já tinha fechado com a Viviane e o Mozart [Neves]. Olha o que a gente perdeu", acrescentou ela.

Joice rompeu com Bolsonaro no primeiro ano do governo dele. Ela, o então presidente e os filhos dele se desentenderam publicamente em uma disputa pelo comando do PSL, que agora ela diz ter sido uma briga que não deveria ter travado.

Quando o Bolsonaro tentou tomar o PSL, eu fui lá e comprei a briga, dei um jeito de manter o partido na minha mão, virei líder, mas comprei uma briga que não era minha porque não achava justo os deputados serem pressionados da forma que estavam sendo pelo Bolsonaro. Ali a nossa relação degringolou de vez. Joice Hasselmann, ao Alt Tabet

O que aconteceu com os ministros citados

Ernesto Araújo assumiu em 2019 e ficou no governo até março de 2021. No Itamaraty, foi alvo de uma rebelião, com mais de 300 de seus próprios diplomatas pedindo sua demissão. Também foi alvo de políticos, com pedidos de impeachment, e até mesmo recebeu ataques de aliados do governo Bolsonaro.

Vélez Rodríguez foi demitido em abril de 2019, antes de completar 100 dias no cargo. Ele colecionou polêmicas à frente da pasta, como a defesa da revisão dos livros didáticos sobre o golpe militar de 1964 e da ditadura que veio em seguida. Foi sucedido por Abraham Weintraub.

Alt Tabet no UOL

Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Joice Hasselmann:

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