Leite cita medo de demissões e pede que União pague parte de salários no RS
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), cobrou a ajuda do governo Lula para pagar parte dos salários no estado e evitar demissões, durante a tragédia causada pelas chuvas em maio.
O que aconteceu
Leite disse que o RS precisa de um programa do governo federal "nos próximos dias". "Sobre benefício de manutenção de emprego e renda, é essencial que venha nos próximos dias algum tipo de ação do governo federal. Isso ainda não foi endereçado, e nós temos muito receio sobre o que possa significar em demissões que são evitáveis, a não ser que o governo federal entre em campo para garantir o pagamento de parte dos salários", afirmou o governador, nesta manhã.
Programa para manutenção de emprego e renda é "absoluta prioridade", acrescentou Leite. Ele afirmou que vai ter uma reunião com parlamentares da bancada federal do estado para tratar dessa medida. Nesse encontro, o governador disse que também vai pedir compensações à perda de arrecadação.
Segundo Leite, o Rio Grande do Sul pode ter perda de arrecadação de R$ 10 bilhões. "O governo do estado e as prefeituras terão uma queda de arrecadação nos meses de maio, junho, julho e agosto que vai ser muito forte. A gente projeta uma perda de arrecadação que pode chegar aos 10 bilhões de reais para o estado até o final do ano", disse.
25% dessa arrecadação é dos municípios. Estamos falando de R$ 2,5 bilhões de potencial queda de arrecadação no repasse aos municípios sobre o ICMS, no momento que o governo do estado e as prefeituras estão sendo especialmente demandados em reações extraordinárias. Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul
O UOL procurou a Secom (Secretaria de Comunicação Social) do governo Lula e aguarda um posicionamento, após as falas de Eduardo Leite. A reportagem também tenta contato com o ministro extraordinário da reconstrução do RS, Paulo Pimenta.
Pix de R$ 5,1 mil para famílias do RS
No mês passado, o governo federal anunciou o voucher para famílias afetadas por chuvas. O pagamento foi anunciado para pessoas que perderam imóveis e eletrodomésticos em transferência via Pix.
Números da tragédia
Último balanço da Defesa Civil contabiliza 172 mortos. Os feridos e desaparecidos somam 806 e 42, respectivamente. Ao todo, 579.457 pessoas foram desalojadas e 37.154 estão vivendo em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 475 foram afetados pela tragédia, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (3) pela Defesa Civil.
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