PF revê decisão e indicia família por ofensas a Moraes em aeroporto de Roma
A Polícia Federal indiciou três pessoas pela agressão à família do ministro do STF Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, em junho passado. Em nota, a defesa disse que a decisão "causa perplexidade".
O que aconteceu
Após novo delegado assumir o caso, PF indiciou o empresário Roberto Mantovani Filho, a esposa dele, Andreia Munarão, e o genro dele, Alex Zanatta Bignotto. O delegado Thiago Severo de Rezende ressaltou no despacho que tem autonomia para fazer a própria análise a partir das provas e disse que "não investigou posicionamento político ou opinião de quem quer que seja".
Os três foram indiciados por calúnia, cuja pena é de detenção de 6 meses a 2 anos. A PF considerou que a pena pode ser aumentada em até um terço, já que a agressão foi contra um funcionário público em razão de suas funções.
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PF reviu decisão de fevereiro, na qual decidiu não indiciar ninguém por condiderar ser um "crime de menor potencial ofensivo". Naquele mês, a investigação concluiu que o filho de Moraes foi vítima de injúria.
Dias Toffoli, o ministro relator do caso, pediu que a PF retomasse o caso em março. Ele atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que discordou do parecer da Polícia Federal. "Há elementos de convicção sobre ter havido, na data e local indicados, atos de hostilidade de gravidade considerável", disse a corporação em manifestação.
A defesa da família Mantovani disse que o indiciamento é "lamentável" e mostra que "este inquérito tem se revelado um verdadeiro 'vale tudo'". "Causa perplexidade e enorme surpresa a nova manifestação da Polícia Federal", disse o advogado Ralph Tórtima. "Não faz muito, [a PF] opinou pelo arquivamento das investigações. Destaque-se: essa drástica mudança acontece sem que nada de novo, nenhuma outra prova, tenha sido juntada aos autos".
Relembre o caso
Relatório da PF indica que Roberto Mantovani "parece ter batido as costas da mão direita" no rosto do filho de Moraes, Alexandre Barci. Os óculos do rapaz chegaram a se deslocar, sem cair no chão.
Na época, família dos acusados disse que foi Barci quem começou a briga. O vídeo das câmeras de segurança do aeroporto não tem áudio, mas para a PF, as imagens "não deixam qualquer dúvida" que foi Andreia quem fez a primeira provocação.
Desentendimento aconteceu na entrada da sala VIP do aeroporto de Roma, em junho passado. Moraes e a família estavam voltando ao Brasil após um período de férias.