Trump vai 'tentar tirar proveito' de atentado durante campanha, afirma Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Donald Trump vai tentar "tirar proveito", na campanha para a presidência dos Estados Unidos, do atentado que sofreu em um comício no sábado (13).
O que aconteceu
Lula avaliou que a foto do incidente, "se fosse encomendada, não saía melhor". O presidente se refere a uma imagem que viralizou nas redes sociais, após o ataque, que mostra o ex-presidente americano com o braço erguido e o rosto ensanguentado. Trump foi atingido por um tiro de raspão na orelha enquanto discursava em um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia.
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Eu, sinceramente, acho que o Trump vai tentar tirar proveito disso. Aquela foto dele com o braço erguido, aquilo, se fosse encomendado, não saía melhor. Então, ele vai explorar isso. E cabe aos democratas encontrar um jeito de não permitir que isso não seja a razão pela qual ele possa ter votos
Lula, sobre ataque a Trump
O petista afirmou que é difícil um candidato não comover a sociedade ao ser agredido. "É muito difícil você não sensibilizar uma parcela da sociedade quando você é agredido, quando você é morto e teu herdeiro ganha. É importante lembrar que o ser humano normal é mais emoção do que razão. Então, ele 'ah, vou votar no coitadinho', declarou o presidente em entrevista à Record nesta terça-feira (16), cujo trecho foi publicado pela emissora. A íntegra vai ao ar nesta noite.
Lula disse que o atentado a Trump é reflexo da falta de civilidade e da "derrota do argumento" na política. Ele pregou que é necessário retomar a convivência democrática "na diversidade" no mundo. "O argumento vale muito pouco, o que vale hoje é a mentira, é a fake news. É o que falta hoje na sociedade brasileira: a volta do argumento no debate político. A volta do argumento para a civilidade nas relações humanas", declarou.
O presidente brasileiro já havia repudiado o ataque. No sábado, logo após o incidente, Lula escreveu nas redes sociais que o atentado era "inaceitável". Ontem (15), o petista afirmou que o caso "empobrece a democracia".
O atentado deixou duas pessoas mortas. Uma delas estava na plateia. Já o atirador foi morto por agentes do Serviço Secreto. O ato foi classificado como "tentativa de assassinato".