Após Lula pedir pressa à Anvisa, governo diz reconhecer trabalho da agência
O Ministério da Saúde afirmou neste sábado (24) que o governo "reconhece todo o trabalho e excelência" da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O comunicado foi publicado depois que o presidente Lula (PT) criticou uma suposta demora da agência na liberação de medicamentos.
O que aconteceu
O governo publicou uma nota após Lula e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, trocarem críticas na última sexta (23). Ao comentar um pedido do bilionário Carlos Sanchez, dono da farmacêutica EMS, o presidente disse que a agência precisa "andar um pouco mais rápido" para liberar medicamentos. Em resposta, Torres divulgou uma carta aberta afirmando que a Anvisa está com falta de servidores, e que alertou o governo sobre isso.
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A nota da Saúde culpa o governo Bolsonaro pela falta de servidores. O comunicado afirma que em 2023, no início do governo Lula, a Anvisa estava "sucateada, sem reposição de vagas e sem o apoio necessário para cumprir seu papel com a segurança sanitária e compromisso com a saúde da população".
O ministério atribuiu "negacionismo" ao governo Bolsonaro e fez referência à gestão da Covid-19. "Aumentamos os recursos para a ciência em 5 vezes e nossa política é baseada em conhecimento científico e não em notícias falsas para a população, que tiraram centenas de milhares de vidas de brasileiras e brasileiros na pandemia", diz um trecho da nota.
Na nota, o governo fala em "retomar a inserção estratégica" da Anvisa, mas não promete contratar mais servidores. Na carta que escreveu em resposta a Lula, Barra Torres afirmou que só foram liberadas 50 vagas das 120 disponíveis para concurso público para preencher os quadros da agência.
Com número insuficiente de trabalhadores e com tarefas de trabalho que só fazem crescer, o tempo para realização de tais tarefas, só pode se tornar mais longo. Nosso trabalho é pessoa-dependente. Se não há pessoas trabalhando em número suficiente, o trabalho leva mais tempo para entregar resultados
Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, sobre a falta de servidores na agência