Gayer diz que sofre perseguição eleitoral e chama PF de jagunços de Moraes
Do UOL, em São Paulo, e colunista do UOL, em Brasília
25/10/2024 08h58Atualizada em 25/10/2024 11h10
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou que a busca e apreensão em sua casa, na manhã desta sexta-feira (25), se trata de "perseguição política" contra seu candidato a prefeito em Goiânia e chamou os agentes da Polícia Federal de "jagunços" do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O que aconteceu
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele e de assessores. Mandados foram cumpridos na casa do deputado e no imóvel funcional dele em Brasília, segundo apuração do UOL.
Gayer afirmou que a motivação da PF é eleitoreira. "Dois dias antes da eleição de segundo turno do qual meu grupo e candidato participa em Goiânia, acordo às 6h da manhã com minha porta sendo esmurrada pela Policia Federal", afirmou Gayer em um vídeo compartilhado no Instagram. "Numa sexta-feira, sendo que a eleição é no domingo, claramente tentando prejudicar meu candidato, Fred Rodrigues [PL], aqui em Goiânia."
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O parlamentar atacou a PF, a quem chamou de "jagunços" de Moraes. "Eu que nunca fiz nada de errado nunca cometi nenhum crime, [mas] sou tratado como criminoso pela Policia Federal e por Alexandre de Moraes", disse. "Não estou acreditando que essa corporação, que a gente tanto admirou, que a gente tentou proteger, né, hoje viraram jagunços de um ditador. Sinceramente esse é um momento em que a gente começa a perder a esperança", afirmou.
Se dirigindo ao ministro, afirmou que a busca e apreensão comprovaria sua honestidade. "Alexandre de Moraes, não sei se o senhor percebeu, mas quando o senhor manda fazer uma busca e apreensão na casa de alguém, essa pessoa é como se recebesse um carimbo de honesto, de uma pessoa idônea, honesta, que luta pela democracia, que luta para libertar o Brasil", afirmou.
Gayer também cobrou o Parlamento. "Eu não me envergonho de receber a Polícia Federal na minha casa, mas me envergonho das pessoas, senadores que poderiam estar lutando pra acabar com essa ditadura, optam por não fazer nada, por fingir que nada está acontecendo", declarou.
Segundo o deputado, ele não conhece o teor da acusação. "Vamos ver qual vai ser a narrativa que vão criar, qual vai ser a desculpa, porque eu não sei. Mas tenho certeza de que vai vazar na imprensa. Qual o motivo que eles inventaram, qual a acrobacia jurídica que eles inventaram pra, na sexta-feira, antes da eleição de domingo, mandar a Policia Federal na minha casa às 6h da manhã", afirmou.
A gente está vendo a quantidade de pessoas inocentes hoje em nosso país sendo perseguidas, presas, humilhadas, torturadas. Até quando? Quantos mais deputados, senadores serão tratados dessa forma até que algo seja feito? Pois eu vou continuar lutando, não importa que eu seja preso, cassado, assassinado.
Gustavo Gayer, deputado federal
Desvio de cota parlamentar
A PF apreendeu R$ 70 mil em dinheiro vivo com um assessor de Gayer. Ao todo, a corporação cumpre 19 mandados de busca em Brasília e em mais quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia.
Operação mira associação criminosa suspeita de desvios de dinheiro de cota parlamentar. Conhecida também como verba indenizatória, essa cota serve para os deputados usarem para atividades e gastos relacionados ao mandato, como passagens aéreas, aluguel de carros, combustível e alimentação, por exemplo.
O grupo teria usado documentos falsos para desviar verbas. Segundo as investigações da PF, a associação criminosa usou documentos falsos para a criação de uma OSCIP (Organização de Sociedade Civil de Interesse Público) e tinha o objetivo de beneficiá-la com recursos da cota parlamentar de Gayer.