Comerciante que vendeu fogos para autor de explosões é intimado pela PF
A Polícia Federal intimou nesta sexta (15) o comerciante que vendeu fogos de artifício para o autor das explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília, a prestar depoimento.
O que aconteceu
Fernando "Barramansa" Pereira, 67 anos, prestará depoimento. O depoimento está acontecendo nesta tarde na sede da corporação, no Plano Piloto.
Comerciante vendeu fogos de artifício para Franciso Wanderley Luiz, chaveiro que lançou bombas na Praça dos Três Poderes e depois morreu.
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UOL entrevistava comerciante quando PF chegou. A reportagem estava em sua loja de fogos, em Ceilândia, cidade do Distrito Federal, quando os agentes da seção antiterrorismo da Polícia Federal chegaram. Horas antes, ele havia concedido uma entrevista a uma emissora de TV.
A Polícia Federal também tomou o depoimento de vizinhos de Wanderley Luiz. Uma das vizinhas foi levada pelos policiais até a sede da corporação hoje à tarde.
Pereira disse que Polícia Civil o procurou nessa quarta (14). Na ocasião, os agentes recolheram imagens do circuito de segurança.
Fogos vendidos nos dias 5 e 6
Comerciante disse que vendeu fogos a Luiz em 5 e 6 de novembro. Ele exibiu as notas fiscais e os comprovantes de pagamento, mostrando que o autor das explosões em Brasília usou um cartão que não exibe o nome do cliente.
Luiz comprou Torta Zeeus, com 64 tubos de 20 milímetros. Nas notas que Pereira mostrou ao UOL, é possível ver que o comerciante vendeu, em 5 de novembro, um tipo de fogo de artifício suficiente para estourar por um minuto e dez segundos.
Se eu não tivesse feito tudo certo, eu já estaria preso.
Fernando Pereira, comerciante que vendeu fogos ao autor de atentado
Autor de atentado queria fogos mais potentes. O comerciante disse que fez a venda para Luiz pela manhã, que pagou R$ 295 e, depois, à tarde, voltou querendo fogos mais potentes. Mas não havia nada na loja e eles combinaram de o chaveiro voltar no dia seguinte.
No dia 6, Wanderley pagou R$ 1.250 em uma "Torta 3G". Com 25 tubos do triplo da espessura, 60 milímetros, o artefato queima por um minuto, disse o comerciante. As vendas foram feitas depois que Luiz forneceu o endereço de sua residência, para controle que o comerciante mantém.
Pereira disse que só vendeu essas duas caixas de fogos ao chaveiro. No entanto, ele afirmou que, pelas imagens dos destroços que viu na TV, havia outros fogos de artifício usados pelo chaveiro no ataque ao STF. Pereira negou ter vendido esses outros aparatos.