Ida de Nunes ao TCM tem 'climão' com troca de cobranças sobre verba pública

A posse da nova mesa diretora do TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo, que ocorreu nesta quarta-feira (29), foi marcada por troca de cobranças sobre o uso da verba pública e o impacto das decisões do órgão.

O que aconteceu

Presente na cerimônia, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) citou "supremacia do interesse público". No primeiro mandato, o emedebista teve momentos de tensão com o Tribunal de Contas após o órgão suspender editais de licitação e obras.

Conselheiros do TCM reforçaram o papel de fiscalização. "O povo paulistano pode ter certeza de que faremos tudo ao nosso alcance para garantir que o dinheiro público seja bem aplicado", disse o conselheiro João Antonio em seu discurso.

Nunes citou licitação de piscinão para falar de interesse público. O prefeito afirmou que a obra para evitar enchente no Beco do Batman, na Vila Madalena, já havia sido licitada pelo então prefeito na época Gilberto Kassab (PSD), mas a Justiça barrou a obra após oposição de uma associação de moradores e ela está parada até hoje. Na semana passada, com o temporal que atingiu a capital paulista, o local foi inundado e um idoso de 73 anos que morava perto dali morreu.

À imprensa, Nunes negou que tenha dado um recado ao TCM, mas disse que é preciso ter "celeridade". Citou o Smart Sampa, um sistema de câmeras da prefeitura com reconhecimento facial, dizendo que ele "foi vítima das ações da oposição" e que o Tribunal de Justiça levou muito tempo para liberar o programa. O emedebista, entretanto, também elogiou o TCM e afirmou que o "trabalho é fundamental".

"Pode cutucar, é um direito dele", disse novo presidente do TCM. Questionado pela imprensa se entendeu a declaração sobre o piscinão no Beco do Batman como uma cutucada, Domingos Dissei afirmou que o papel do Tribunal de Contas é "sempre responder de forma técnica". "Nós não viemos para cá para sermos políticos", completou.

Em seu discurso, Dissei elogiou a equipe do órgão e disse que as auditorias realizadas pelos técnicos são eficientes. Para os jornalistas, o novo presidente afirmou que o papel do TCM é deixar os editais "redondos".

Prefeito preocupado com a chuva. Ao discursar, o conselheiro Eduardo Tuma contou que, antes de a cerimônia começar, Nunes estava "preocupado com o barulho das chuvas". O ex-presidente do TCM citou também o desafio do emedebista com o orçamento para este ano, de R$ 124 bilhões —o maior da história.

Secretários municipais e estaduais, deputados, vereadores e familiares participaram da cerimônia. Dissei foi indicado para o Tribunal de Contas em 2012 pelo então prefeito Gilberto Kassab, que também estave no evento.

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Como é a nova mesa diretora do TCM:

  • Domingos Dissei, presidente
  • Ricardo Torres, vice-presidente
  • Roberto Braguim, conselheiro-corregedor
  • Eduardo Tuma, conselheiro
  • João Antônio, conselheiro

O que disseram os envolvidos

Que nós possamos refletir sobre o trabalho que o tribunal vai continuar fazendo, que é a supremacia do interesse público.
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo

Houve um tensionamento no começo da gestão do prefeito, mas que foi distensionado para esse diálogo entre as instituições e vai continuar com o conselheiro Domingos Dissei.
Eduardo Tuma, conselheiro do TCM

Nós concordamos com o prefeito, porque valorizamos aqui o princípio da supremacia do interesse público. Agora, o tempo da política é diferente do controle externo. O prefeito Ricardo Nunes se elegeu com um programa de governo e ele quer dar celeridade para cumprir, é do jogo. Vai ter tensão, e elas são necessárias.
João Antonio, conselheiro do TCM

5 comentários

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Renata da Cunha Oliveira

Tudo jogo e encenação política deste senhores eleitos, para a população e os eleitores ficaram se atacando, se ofendendo e defendendo estes pseudos líderes e gestores.. Desta forma terão mais liberdade para gastar

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Rodrigo Joao Rosolim Salerno

Tudo jogo de cena, até mesmo porque as indicações desses órgãos são todas políticas.

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Nelson do Amaral

124 bilhões de orçamento dará para fazer festas:filho, compadres e amigos com as obras sem licitações.

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