Gleisi rebate Tarcísio e diz que Bolsonaro 'tem medo da prisão'
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), rebateu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e afirmou, neste domingo, que é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que "tem medo da prisão".
O que aconteceu
Bolsonaro liderou manifestação, no Rio, por anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O Monitor do Debate Público do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) aponta que o ato reuniu 18,3 mil pessoas. O número é um pouco mais da metade da convocação do político no mesmo local, em abril de 2024.
Tarcísio atacou o governo federal durante a manifestação. Questionou também as razões que tornaram Bolsonaro inelegível. "Qual a razão de afastar as urnas? É medo de perder a eleição? Por que eles sabem que vão perder? A gente tá aqui para pedir, pra lutar, pra mostrar que nós todos estamos juntos", disse.
Relacionadas
Gleisi se dirigiu diretamente a Tarcísio. Afirmou que o presidente Lula (PT) disputou seis eleições ao Planalto e "quando não venceu, respeitou o resultado, não tramou golpes nem atacou as instituições". "Quando foi eleito, mudou o Brasil para melhor (e segue mudando)", disse. "Não é Lula que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão."
Presidente licenciada do PT, Gleisi tomou posse como ministra das Relações Institucionais na segunda-feira. Ela assumiu a articulação política do governo e é responsável pela ligação entre Planalto e Congresso.
Em outra publicação, a ministra disse que a denúncia contra "os comandantes da tentativa de golpe de estado é contundente". Bolsonaro é um dos 34 denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Persistir no ataque às instituições e falar em anistia para quem ainda será julgado significa, na prática, confessar a gravidade dos crimes cometidos contra o estado de direito e a democracia. Quem não vacilou em tramar até assassinatos para usurpar o poder não tem credibilidade para subir em palanques e se fazer de vítima.
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou que "não haverá anistia". "O ato convocado pelos golpistas fracassou. Mais uma vez a sociedade brasileira ficou do lado da democracia", disse.
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que o objetivo do ato era "desmoralizar a democracia". "Lugar de golpista é a lata do lixo da história", escreveu em uma rede social.