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Tarcísio ataca governo Lula e pede volta de Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

16/03/2025 11h43

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) subiu o tom ao atacar o governo federal durante a manifestação realizada hoje por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Ao lado de outros políticos de direita, Tarcísio criticou aspectos econômicos do atual governo e pediu a volta de Bolsonaro. "Ninguém aguenta mais a inflação. Ninguém aguenta mais arroz caro, gasolina cara, o ovo caro. Prometeram picanha e não tem nem ovo. E, se tá tudo caro, volta Bolsonaro", disse Tarcísio, apontado como possível nome da direita na disputa presidencial de 2026.

Tarcísio elogiou o padrinho político e questionou razões que tornaram Bolsonaro inelegível. "Qual a razão para afastar Jair Messias Bolsonaro as urnas? É medo de perder a eleição? Por que eles sabem que vão perder? A gente tá aqui para pedir, pra lutar, pra mostrar que nós todos estamos junto para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas", afirmou no carro de som na avenida Atlântica, em Copacabana.

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Governador de São Paulo também comentou as punições aos condenados pelos ataques aos 8 de janeiro de 2023. "A gente está aqui em homenagem ao Clezão. A gente está aqui pela família dele porque o Clezão não pode ter ido em vão. A gente está aqui pela Débora [Santos]. A gente está aqui pela Ezequiel. A gente está aqui para fazer a diferença", afirmou.

Tarcísio ironizou a punição dos condenados ao lembrar o caso da cabeleireira Débora Santos. "O que eles fizeram? Usaram o batom num país onde todo dia a gente assiste traficantes indo pra rua", afirmou.

Ele também criticou o poder judiciário e lembrou escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras no governo Lula. "Onde os caras que assaltaram o Brasil, os caras que assaltaram a Petrobras, voltaram pra cena do crime, voltaram pra política, foram reabilitados. Tá certo isso? Tá certo isso? Parece haver justiça nisso."

Na sequência, Tarcísio também discursou em apoio aos condenados pelos ataques aos Três Poderes no 8 de janeiro. "É correto que a gente garanta a anistia daqueles inocentes que nada fizeram e nós vamos lutar, vamos garantir isso. Nós vamos garantir que esse nosso projeto seja pautado, seja aprovado. E quero ver quem vai ter coragem de se opor [ao projeto da anistia]. E podem ter certeza que nós vamos conseguir os votos.

Governador também falou sobre liberdade no país. De acordo com ele, "a liberdade é uma árvore que dá fruto e no dia que essa árvore morrer, os frutos vão embora. Vai embora o investimento, vai embora a segurança jurídica, vai embora a prosperidade e vai embora a própria democracia".

Bolsonaro é recebido por baixo número de manifestantes na avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio Imagem: Giorgio de Luca/Entre Nuvens

Pedido de anistia, críticas ao governo Lula e ao STF

Protesto ocorre uma semana antes de o STF julgar denúncia da Procuradoria-Geral da República que pode torná-lo réu. A Primeira Turma da Corte marcou para 25 de março o início do julgamento da acusação contra o chamado núcleo central da trama para impedir a posse do presidente Lula (PT). Esta é a primeira manifestação desde que a denúncia da PGR foi apresentada ao Supremo, em fevereiro.

Bolsonaro chegou ao evento às 10h18. Ele cumprimentou apoiadores e posou para fotos com eles. Na frente do trio, estão com o ex-presidente os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio, Cláudio Castro (PL), além do pastor Silas Malafaia, do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e dos filhos Carlos Bolsonaro (PL) e Flávio Bolsonaro (PL).

Participaram do ato 18,3 mil pessoas. Os dados são do Monitor do Debate Público do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceira com a ONG More in Common. Imagens aéreas mostram que o público ocupa pelo menos duas quadras da Avenida Atlântica. Maioria dos manifestantes está vestida com a camisa da seleção brasileira, que se tornou marca dos protestos bolsonaristas.

Antes do evento, Bolsonaro deu declarações dizendo esperar mais de 500 mil pessoas. Em vídeo publicado nas suas redes sociais em 20 de março, o ex-presidente fez uma convocação para o ato deste domingo e disse "um milhão [de pessoas] em Copacabana".

Discursos foram centrados nos pedidos de anistias e em críticas ao STF e ao governo Lula. Apesar de a previsão inicial apontar que o ato priorizaria a luta pelo perdão aos crimes do 8 de janeiro, a alta dos preços motivou ataques à gestão petista por parte de autoridades que participaram do evento. Alexandre de Moraes foi atacado nos discursos, enquanto os ministros do STF Flávio Dino e Cristiano Zanin foram vaiados.

O foco do protesto de hoje era a defesa da anistia para os envolvidos em atos golpistas, mas teve críticas ao governo federal e ao STF. O objetivo é demonstrar apoio popular ao projeto de lei que prevê o perdão para crimes relacionados ao 8 de Janeiro, pauta que vem avançando na Câmara dos Deputados com apoio do centrão, incluindo partidos como Republicanos, PSD, União Brasil e PP, que possuem ministros no governo Lula. O movimento mira também atacar a acusação contra Bolsonaro, feita pela PGR sobre a trama golpista após sua derrota na eleição presidencial de 2022

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