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Advogado de Zambelli se reúne com Fachin para pedir absolvição da deputada

Do UOL, em Brasília

27/03/2025 13h12Atualizada em 27/03/2025 23h12

Com maioria formada no STF (Supremo Tribunal Federal) pela condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), seu advogado Daniel Bialski deve despachar hoje com o ministro Edson Fachin para solicitar a absolvição dela ou um pedido de vista para suspender o julgamento mais uma vez.

O que aconteceu

O julgamento está suspenso por pedido de vista de Kassio Nunes Marques. A parlamentar responde a uma ação penal por ter perseguido com uma arma em punho um jornalista no centro de São Paulo, em outubro de 2022. O caso está sendo analisado no plenário virtual e já tem seis votos pela condenação de Zambelli a cinco anos e três meses de prisão.

Fachin ainda não votou. Enquanto o caso está parado, o advogado da bolsonarista deve despachar com o ministro por volta das 16h na sede do STF. Nestes casos, o advogado leva os memoriais, que são um resumo dos argumentos da defesa. Bialski deve pedir a absolvição de sua cliente e também que Fachin peça vista do processo para analisar com calma a ação penal.

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Defesa diz que a deputada reagiu com o que aprendeu em um curso de autodefesa. Ela relatou que teria se sentido ameaçada por um homem maior do que ela —e que ela acreditava estar armado— no momento em que estava com o filho menor de idade. O advogado também aponta que ela possui porte legal de arma de fogo.

O argumento tem sido rejeitado até agora. O relator do caso, Gilmar Mendes, votou pela condenação de Zambelli por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, determinando uma pena de cinco anos e três meses de prisão, além da perda do mandato.

Votaram pela condenação de Zambelli:

  • Gilmar Mendes
  • Cármen Lúcia
  • Alexandre de Moraes
  • Flávio Dino
  • Cristiano Zanin
  • Dias Toffoli

Mesmo condenada, Zambelli só perderá a cadeira na Câmara quando acabar a possibilidade de recurso. No final de janeiro, ela teve o mandato cassado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) por divulgar vídeos questionando o resultado das eleições de 2022, mas o caso ainda precisa ser julgado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Desgaste na véspera da eleição

Perseguição armada aconteceu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Em 29 de outubro, um dia antes da votação, o jornalista Luan Araújo abordou Zambelli no bairro dos Jardins, na capital paulista, gritou palavras de apoio a Lula e provocou a deputada, que se desequilibrou e caiu. Em seguida, ela e um segurança perseguiram o jornalista pelas ruas, com armas em punho.

A perseguição se estendeu por cerca de cem metros. Após fugir da deputada e do segurança por um quarteirão, Araújo atravessou a rua e entrou em um bar. Zambelli seguiu o homem com a pistola apontada para ele e o obrigou a se deitar no chão. A deputada declarou, no processo, que o jornalista pediu desculpas, e ela o deixou ir embora.

O episódio teve repercussão negativa para Bolsonaro às vésperas da eleição. O ex-presidente perdeu para Lula por uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos e, na avaliação de aliados, o caso custou apoios que poderiam ter mudado o resultado das urnas.


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