Bolsonaro diz que inquérito das vacinas é narrativa 'distorcida e frágil'


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a investigação sobre a suposta falsificação do cartão de vacinas do ex-presidente e de sua filha, Laura, é "distorcida" e "frágil". A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu arquivamento da ação hoje.
O que aconteceu
"Depois de meses de manchetes, prisões arbitrárias, buscas e espetáculos, admitiram o óbvio: não havia qualquer prova contra mim", disse Bolsonaro, em publicação no X. "Fizeram barulho, mentiram, criaram narrativas —tudo para tentar me atingir politicamente."
O processo era "frágil" desde o início, critica o ex-presidente, que também cita o inquérito das joias. "É o mesmo método usado no inquérito das joias: uma narrativa distorcida, montada para manchar minha imagem e tentar abalar o apoio popular que construí com anos de vida pública."
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Bolsonaro afirma que "reviraram" a vida dele e "vasculharam tudo" desde 2018. Além disso, ele voltou a criticar o "rastro de abusos, excessos e ilegalidades cometidos" pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Reviraram minha vida desde 2018. Vasculharam tudo. E como não encontraram um único ato de corrupção, tiveram que inventar versões falsas, criar inquéritos sem base e fabricar uma acusação de "golpe" para tentar explicar as razões por trás do rastro de abusos, excessos e ilegalidades cometidos por Alexandre de Moraes desde que passou a comandar o inquérito das fake news. Mas a verdade resiste. E o povo brasileiro segue comigo. O apoio ao meu nome só cresce e a comunidade internacional tem enxergado de modo cada vez mais claro o que realmente está acontecendo no Brasil.
Jair Bolsonaro
Não há elementos que justifiquem a "responsabilização" de Bolsonaro, segundo a PGR. Agora, cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre o pedido de arquivamento.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal pela suposta falsificação do certificado de vacinação dele e de sua filha, Laura Bolsonaro. O cartão serviria para que eles pudessem entrar nos Estados Unidos em dezembro de 2022, em seus últimos dias de governo.
Além de Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas também foram indiciadas. Em março de 2024, a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro e seus auxiliares inseriram no sistema de vacinas do governo federal informações falsas sobre o uso da vacina contra a covid-19, com o objetivo de confeccionar um certificado de vacina falso.
Delação premiada de Cid não foi corroborada por outras provas, segundo Gonet. "Mauro Cid afirmou que ele arquitetara a inserção e que agira a mando de Jair Bolsonaro. Contou também que desfez as inserções a instâncias de outro auxiliar do ex-presidente."
Advogado de Bolsonaro criticou investigação
"Uma investigação que era vazia de qualquer elemento, ainda que pífio, de prova", disse o advogado Paulo Cunha Bueno. Para advogado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu o encerramento do caso por falta de elementos que comprovem ter havido uma fraude.
Defesa criticou a colaboração premiada de Mauro Cid. Cunha Bueno classificou a colaboração do ex-ajudante de ordens como "polêmica e famigerada" e afirmou que espera que ela ainda seja anulada, alegando falta de voluntariedade na colaboração.
Defesa manifestou expectativa de que outras investigações envolvendo Bolsonaro tenham o mesmo destino. "O desfecho [pedido de arquivamento da investigação] demonstra o êxito do trabalho da defesa" publicou Cunha Bueno em sua conta na rede social X.